O Grupo aRede realizou nesta terça-feira (22) a sabatina com a candidata à Prefeitura de Ponta Grossa, Mabel Canto (PSDB), que está disputando o segundo turno das eleições municipais.
O Doc.com é parceiro desta iniciativa e o editor do Blog, jornalista Eduardo Farias, compõe a bancada de sabatinadaores, juntamente com Mário Martins, Luciana Brick e Clarisson Kawa.
De início, a candidata foi questionada sobre a sua proposta de entregar 400 quilômetros de asfalto nos próximos quatro anos, pois, conforme a sua concorrente, não existe esta quantidade de asfalto a ser feita. Mabel afirmou que a prefeita está faltando com a verdade, ao repassar esta informação.
"Dados do Paraná Cidade, de outubro deste ano, apontam que Ponta Grossa ainda tem 500 quilômetros de vias a serem pavimentadas. Nós nunca vamos fazer uma promessa que não possamos cumprir, como a candidata fez na eleição passada, quando prometeu 100% de asfalto", declarou.
Canto relatou que o seu compromisso é ter responsabilidade no que irá se comprometer, no caso, os 100 quilômetros de asfalto por ano. "Isso dá uma média de 10 quilômetros por mês e é possível de ser feito". Para a candidata, essas obras devem ser decididas junto com a população de cada local, por existirem bairros que, segundo ela, ainda têm muitas ruas precisam ser asfaltadas.
"Então, nós vamos sentar com a população de cada bairro, de cada local, com o nosso plano de bairros e decidir com eles quais são as vias que serão pavimentadas. Mais do que o asfalto, são as obras que precisam ser feitas em cada região. Tem muitos locais da cidade que a gente sabe que precisam de ligações entre os bairros", comentou Mabel.
Por fim, ela ressaltou que há lugares de Ponta Grossa que necessitam de Unidades Básicas de Saúde e escolas em construção. "Todas essas obras de infraestrutura, nós vamos decidir junto com a população, sem enganação. São eles que vivem nesses locais, são eles que devem apontar aquilo que a prefeitura deve fazer", contou.
Sobre a entrega de asfalto na zona rural do município, a candidata confirmou que, neste momento, os 400 km que ela pretende realizar serão dentro da cidade. "É claro que a gente quer chegar na zona rural, não tenho a menor dúvida. Nós vamos ter as máquinas em cada local: Guaragi, Itaiacoca, Uvaia", relatou. Para Mabel, as vias das áreas rurais sempre foram bem cuidadas em outras administrações, inclusive em parceria com os próprios moradores. "Isso nós vamos fazer, nos comprometemos e, claro, num futuro próximo, iremos pensar em pavimentar esses locais. Agora, o que não dá para fazer é mentir e enganar a população, porque ainda há muito asfalto a ser feito dentro da cidade de Ponta Grossa".
Saúde
Mabel declarou que o Hospital Municipal é uma necessidade, pois, de acordo com a candidata, Ponta Grossa é a única cidade entre grandes municípios do Estado que não tem. "A gente saiu de dois hospitais municipais, para nada, o que gerou um caos na saúde. Em seis meses, depois que o Pronto-Socorro Municipal foi fechado, os dados da CPI da Saúde, realizada na Câmara Municipal, demonstram que 174 pessoas morreram nas Unidades de Pronto Atendimento por falta de leitos", informou.
A candidata ressaltou que saúde é um investimento e não se pode permitir que as pessoas tenham que ir para outras cidades, para terem a chance de lutar pelas suas vidas. "Esse caos todo foi provocado na saúde com o fechamento do Pronto-Socorro Municipal, fechado pela prefeita, que disse que foi para economizar, porque aquilo era um funil de dinheiro".
Mabel afirmou ser a favor de fiscalização da prefeitura nas Unidades de Pronto Atendimento, por serem terceirizadas. "Nós vamos contratar mais médicos para atender as unidades de saúde e para atender as especialidades". A candidato também contou que pretende trabalhar com o Consórcio de Saúde, para diminuir as filas nas especialidades.
Canto comentou que mantém a sua proposta de construir o Hospital Municipal no 26 de outubro e afirmou que a parte tombada será reformada. "Vai funcionar como um grande centro de saúde. Será próximo ao Terminal Central, permitindo um fácil acesso às pessoas, porque muitos que utilizam Sistema Único de Saúde (SUS), andam de ônibus".
Ela disse que, sendo prefeita, pretende entregar o Hospital em um prazo de um ano e meio a dois anos, com perspectiva de valores em torno de R$ 100 milhões. No local, Mabel destacou que haverá um centro de maior idade, para os idosos, com fisioterapia e terapias, além de um centro especializado para crianças com deficiência.
Experiência
Ao ser questionada sobre discursos da atual prefeita do município, declarando ser mais experiente, a candidata que afirmou que experiência se adquire com muita oportunidade. "Toda vez que ouço a prefeita falar disso, eu lembro dos nossos jovens que estão em busca do primeiro emprego. As pessoas falam "não tem experiência, não dá para contratar" e eles enfrentam um desafio gigante. É o mesmo desafio que eu estou enfrentando agora".
Com isso, Mabel ressaltou que possui experiência no Poder Legislativo. "Eu sou líder de bancada, fui líder de bloco partidário. Eu participo, através desta liderança, das decisões da Assembleia Legislativa. Eu converso com 53 deputados de várias regiões, sobre diversos assuntos. Então, isso é um absurdo quando a gente ouve que você não tem experiência".
Apoio
Em relação a receber apoios partidários, a candidata relatou que terá diálogo com todos, independente de partido e ideologia. "O Governo Federal é importante, assim como o Governo Estadual é importante para a nossa cidade. Nós teremos as portas abertas para todos aqueles que quiserem contribuir, pois o prefeito não tem que ter posicionamentos absurdos de ser contrário a um ou a outro".
Como exemplo, Mabel usou a relação entre o Governo do Estado e a atual prefeita que, conforme a candidata, está estremecida. "Por conta das brigas, isso é prejudicial para a cidade. O prefeito tem que ter posicionamento, até porque o Governo do Estado e o Governo Federal também dependem do município, da renda que geramos com as nossas empresas, dos recursos, dos impostos que são gerados aqui".
Pesquisas
Ao ser questionada sobre o que acha de pesquisas eleitorais e, ainda, a respeito de uma pesquisa impugnada, Canto contou que o que aconteceu foi um erro informal de divulgação, que já foi arrumado. "É uma pesquisa séria, não foi feita por nós. Quem fez foi o Paraná Pesquisas, que é um instituto reconhecido a nível nacional. Ele aponta um impacto na eleição de hoje, que é o que eu vejo nas nossas pesquisas internas, que a eleição está empatada na nossa cidade".
Transporte coletivo
Em relação ao transporte coletivo de Ponta Grossa, Canto disse que é necessário abrir um diálogo com entidades e, principalmente, ouvir os usuários do transporte coletivo. "Nós queremos fazer o sistema funcionar, trazer de volta as linhas que foram cortadas. Inclusive, há dez dias da eleição, 1.600 linhas foram retomadas nos bairros de Ponta Grossa. Poxa vida, em pleno período eleitoral".
A candidata destacou que pretende disponibilizar vários mini-terminais pela cidade. "Como as estações tubo de Curitiba, são pontos que vão interligar o nosso sistema aqui de transporte. A gente precisa abranger isso, porque as pessoas gastam muito tempo tendo que ir a dois terminais, antes de ir ao local de trabalho".
Prolar
Mabel afirmou que a Companhia de Habitação de Ponta Grossa (Prolar) precisa voltar. "Historicamente, ela já entregou mais de 20 mil lotes urbanizados e casas na nossa cidade. Se hoje nós somos a segunda maior favela do Estado Paraná, cidade com maior número de favelas, é porque não tivemos investimentos nos últimos anos na Prolar". A candidata destacou que irá retomar a Prolar, com lotes urbanizados e visa entregar 500 lotes para as famílias.
Confira a sabatina com Mabel Canto (PSDB):