O Blogdodoc.com acionou as assessorias de comunicação dos cinco candidatos à Prefeitura de Ponta Grossa para que os postulantes ao Palácio da Ronda se posicionassem a respeito de um tema polêmico que tem sido pauta de debates neste momento no Município: o retorno das aulas presenciais nas escolas em meio à pandemia do Covid-19.
Nesta semana, um grupo de profissionais da educação, formado também por pais de alunos, esteve na Câmara de Ponta Grossa para pedir o apoio do Legislativo para a solicitação do retorno às aulas de forma facultativa (só retorna quem quiser). Tal grupo, representado pela mãe de aluno Lorena Damo Comel, apresentou os argumentos para o pedido em discurso na tribuna da Câmara (confira AQUI). Os argumentos serão transformados em uma carta, que será levada ao Comitê da Prefeitura responsável pela tomada de decisões em relação à pandemia do Covid-19.
O tema no momento é de responsabilidade da atual gestão, mas em menos de dois meses assumirá um novo governo, que terá a responsabilidade de lidar com o tema.
Abaixo você confere o posicionamento de cada candidato:
Elizabeth Schmidt (PSD)
O cuidado com a saúde é nossa primeira preocupação. Entendo que a retomada das atividades escolares precisa ser realizada de forma gradativa, para garantir a segurança das crianças e jovens, mantendo monitoramento e acompanhamento diário da evolução dos casos. E essa retomada já foi iniciada, com a liberação das atividades extracurriculares de forma presencial. A tendência é a ampliação das liberações, da mesma forma como ocorreu com as atividades comerciais. No caso das escolas da rede municipal, a Secretaria de Educação já possui um plano para retomada segura, para implantação logo que seja autorizado o retorno das atividades em sala de aula. O Comitê de Emergência da Prefeitura vem mantendo diálogo constante com os setores que tiveram as atividades restringidas, buscando alternativas para a retomada segura, em alinhamento com as determinações dos governos Estadual e Federal.
Marcio Pauliki (SD)
Esse será um dos maiores desafios do próximo gestor, inclusive junto com todo o quadro de educação, nós vamos adiantar o Congresso Municipal da Educação, que normalmente é em setembro, para março. A ideia é que juntos tenhamos algumas discussões sobre isso. Mas, no meu entendimento, infelizmente as crianças podem levar para seus pais e seus avós o Covid, portanto sou a favor da volta às aulas após a vacinação. Por isso, é tão importante que no começo do ano tenhamos uma grade curricular voltada ao EAD (ensino a distância), através da TV Educativa, e outras formas de educação online e inovadoras. Vamos fazer isso dialogando com os pais, com professores e com toda sociedade, esse é meu compromisso.
Professor Edson (PT)
Não tivemos acesso aos argumentos do grupo “Volta às aulas PG” contidos na carta enviada à Prefeitura pedindo a volta facultativa das crianças às salas de aula. Somos partidários de que todas as reivindicações da comunidade devem ser ouvidas com atenção. Por outro lado, entendemos que, em relação à saúde pública, todas as decisões devem ser tomadas com base em evidências científicas e que a vida deve estar sempre em primeiro lugar. Sabemos que as escolas podem se tornar importantes centros de transmissão da doença e que enquanto o problema não for resolvido completamente com vacinação em massa, o retorno às aulas pode significar recrudescimento da doença. Em Ponta Grossa há notícias de pais e avós que faleceram devido à irresponsabilidade de adolescentes que participaram de festas. Infelizmente a consciência somente fica clara depois que a tragédia se consuma, por isso não podemos tornar essa irresponsabilidade um ato oficial. Não se trata de liberdade individual, trata-se de segurança e saúde coletiva. Um ato como a definição do retorno às aulas, pode não ter consequência imediata sobre mim, mas acabar em tragédia sobre o outro.
Mabel Canto (PSC)
Vamos continuar acompanhando o cenário mundial, os protocolos que existem e principalmente conversar com as pessoas. E neste cenário de incertezas, será muito importante definir como prioridade a elaboração de um protocolo de volta às aulas. Os pais, alunos e os profissionais da educação precisam ser ouvidos e, principalmente, sentirem-se seguros. Este protocolo precisa ser discutido com todos: profissionais de educação e também da área da saúde, inclusive com o sindicato dos servidores para avaliar o cenário no momento. Quanto à expectativa para a retomada das aulas e a homologação da ou das vacinas, será necessário ouvir o Estado e debater amplamente com educadores, departamentos de saúde e especialistas. Uma situação que precisará ser avaliada em todo o Paraná.
Professor Gadini (PSOL)
Enquanto não tivermos todas as garantias e condições de proteção, não há possibilidades de se falar em retorno às aulas presenciais. É preciso aguardar autorização de vacina e a garantia de vacinação universal (em massa) para se falar em volta às aulas presenciais. Aula pode se repor e reprogramar, a vida não. Defender a vida é obrigação de gestores públicos.