O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) formou uma turma de 23 profissionais que agora são especializados em operações de resgate envolvendo o uso de rapel.
O Curso em Salvamento em Altura (Csalt) é uma qualificação em uma série de técnicas que vão do atendimento pré-hospitalar das vítimas aos conhecimentos avançados de passagem de nós, prática típica do alpinismo.
“Em 2024, uma profissional de limpeza ficou presa em seu equipamento de segurança a 25 metros de altura na fachada de um edifício em Curitiba. Nossas equipes realizaram o resgate pelo topo do prédio, utilizando técnicas de rapel em ascensão controlada para abordar e içar a vítima com segurança”, afirma o coordenador do curso, major Genuíno Luiz Dalponte.
Dos recém-formados, 21 são bombeiros do Paraná, um é do Rio Grande do Norte e um é de Pernambuco. Entre as técnicas do curso estão as de subida e descida individuais com as cordas e as em equipe, inclusive com grande quantidade de equipamento.
Uma das etapas é a de içar a maca e resgatar as vítimas tanto com o dispositivo na horizontal quanto na vertical.
“Este tipo de resgate exige não apenas perícia individual, mas também a aplicação de Sistemas de Polias para o içamento eficaz, proporcionando uma vantagem mecânica para mover a carga”, explica o major Dalponte.
O curso tem como público-alvo bombeiros militares, com foco nos comandantes de incidentes. “A especialização é vital diante de ocorrências que demandam precisão e segurança”.
Os alunos absorveram também técnicas de tirolesa para transpor distâncias com os resgatados.
“O resgate complexo de um homem em um silo em Vitorino, uma operação que durou mais de três horas, ilustra a aplicação real dos conhecimentos em ambientes desafiadores”, conta o major.
O curso teve etapas distintas, uma delas em uma simulação de acidente em cânion, em Ponta Grossa, com nível de dificuldade elevado.
A aplicação do rapel a partir de helicópteros também foi ensinada. “Onde houver uma vítima em altura, seja para baixo ou para cima, usamos as técnicas que ensinamos no curso”, explica Dalponte.
O major Dalponte é o presidente da Câmara Técnica de Salvamento em Altura do CBMPR.
Segundo ele, após a criação do comitê de trabalho o Paraná ganhou destaque com a padronização das competências do resgatista vertical e na elaboração de Procedimentos Operacionais Padrão (POPs).
No ano passado, o Estado foi o segundo colocado no evento Rope Days, campeonato brasileiro de salvamento em altura, concorrendo com outras 19 equipes.
Formatura
A formatura dos 23 profissionais aconteceu nesta sexta-feira (12), em Curitiba.
Durante a cerimônia, o subcomandante geral do CBMPR, coronel Jornas Emmanuel Benghi Pinto, discursou aos novos especialistas.
O oficial já foi instrutor de disciplina de salvamento em altura na corporação. De acordo com ele, a evolução dos bombeiros é visível.
“Não somente com materiais, mas também com técnicas nas mais diversas situações, desde um gato em uma árvore à vítima presa em veículo em um barranco.
Este trabalho não admite erros, os oficiais se formam com a missão de manter a doutrina do salvamento em altura, além de preparar a tropa para atendimentos e garantir materiais necessários para cumprimento dessas ações”, afirmou. (As informações são da Agência Estadual de Notícias)