A Casa da Indústria de Ponta Grossa, que reúne entidades sindicais empresariais do município e dos Campos Gerais filiadas à Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), apresenta nesta semana a terceira entrevista da série com os presidentes de seus Sindicatos Patronais. Desta vez, o presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios dos Campos Gerais (Sindirepa), Júlio Cesar Lupepsa, explana sobre o cenário atual do setor.
De acordo com dados de 2020 e 2021 da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o Paraná é o estado que mais emprega no setor automotivo e de reparação de veículos na Região Sul. Especificamente o setor de reparação automotiva responde por quase 23 mil empregos em 6.500 estabelecimentos do Paraná, superando as vagas geradas nos estados vizinhos (SC: 5.724 e RS: 5.144).
No entanto, nos últimos meses, os serviços solicitados pelos clientes estão se limitando apenas ao essencial, pelo aumento do custo de vida. No entanto, nos últimos meses, os serviços solicitados pelos clientes estão se limitando apenas ao essencial, pelo aumento do custo de vida.
As opiniões expressas nesta série de entrevistas são dos presidentes dos Sindicatos, não necessariamente representando posicionamentos da Fiep.
Qual é o cenário do setor no presente momento em âmbito regional e nacional, tanto no mercado interno, quanto no externo?
As inovações e transformações no Setor Automotivo e de Mobilidade não param.
O Setor Automotivo e de Mobilidade passa por grande transformação, uma delas com a vinda dos veículos híbridos e elétricos, em que o crescimento é lento, porém gradual.
Podemos dizer que as novas tecnologias embarcadas nos veículos atuais, em que se inova todos os anos, são realizadas em âmbito nacional, mas também regionalizada.
Para se ter uma ideia, no mercado externo algumas montadoras já anunciaram o fim dos veículos a combustão. Nós, do setor de Reparação de Veículos, estamos atentos e sempre acompanhando essas evoluções.
Na área de Serviços, em conversa recente com empresários, é relatado que a demanda está bastante instável, que houve queda nas revisões, e que o consumidor faz o que é prioridade no seu veículo quando o assunto é oficina, pois está sem poder de compra.
O que as indústrias da região podem fazer para contribuir com o setor?
As empresas de reparação têm o desafio de informar a sociedade e consumidor final sobre a importância e as vantagens de se fazer a manutenção preventiva em seu veículo, em que posso destacar: a segurança do motorista, dos passageiros e da via onde trafega, meio ambiente mais limpo, com isso mantendo valorizado seu veículo.
Um fator importante para o momento econômico é de as oficinas conseguirem melhorar e ampliar as condições de pagamento para o consumidor.
O que esperar para o setor com as mudanças no governo federal?
O setor de reparação de veículos contribuiu muito na pandemia fazendo as manutenções e reparos nas ambulâncias, transporte coletivo, veículos de segurança pública e veículos pesados, que puderam escoar a produção. Isso é motivo de orgulho para o setor.
Porém, o impacto da pandemia deixou suas consequências, a maioria dos empresários perdeu capital para investimentos, seja na melhoria ou ampliação de seus negócios ou até mesmo para novas contratações. Por isso é necessário abrir o diálogo com o governo para novas e amplas linhas de crédito, com juros baixos e carência. Isso, com certeza, irá contribuir com a geração de futuros empregos diretos e indiretos.
O que esperar das negociações sindicais a partir de agora?
O momento exige muito diálogo nas negociações, vivemos um período muito delicado, por isso é necessário que se chegue a um acordo razoável para ambas as partes.
O que esperar dos governos municipal e estadual para fomento do setor?
Precisamos de um maior envolvimento dos órgãos de governo em projetos que tragam benefícios a toda a sociedade. É fundamental as parcerias para ampliar as inovações no setor para que haja crescimento da cadeia produtiva.
Quais são os rumos do setor para os próximos anos?
Temos uma frota média que é de mais de 10 anos, o que traz muitas oportunidades ao setor na questão da manutenção preventiva e corretiva. Temos uma demanda para mais uns 30 anos com esses veículos. Porém, é fundamental que continuemos a atualizar e treinar nossos colaboradores e gestores, pois a mobilidade muda e se transforma todo ano, o setor não para de inovar. Para nós, que somos apaixonados por carros, não deixa de ser inspirador, mas também desafiador tamanhas transformações em tão pouco espaço de tempo.
O que esperar da Fiep no atual contexto?
A Federação, como sempre, é uma das nossas maiores parceiras, nos dando apoio em projetos e suporte para enfrentar nossos desafios de curto, médio e longo prazo. A Fiep contribui muito para a sustentabilidade do setor de Reparação Automotiva.
Nas próximas semanas, a Casa da Indústria divulgará as entrevistas realizadas com os presidentes dos Sindicatos de Panificação e Confeitaria dos Campos Gerais (Sindpan-CG); de Extração de Minerais Não Metálicos do Paraná (Sindiminerais-PR); e de Olarias e Cerâmicas do Norte do Paraná (Sindicer). (Com assessoria)