O terminal do Porto de Paranaguá destinado à movimentação e armazenagem de carga geral, especialmente açúcar ensacado, foi leiloado nesta quarta-feira (30) em pregão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A empresa FTS Participações Societárias S/A arrematou a área por R$ 30 milhões.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o governador Carlos Massa Ratinho Junior acompanharam o certame em São Paulo, o segundo conduzido pela Portos do Paraná desde que o Estado passou a ter autonomia para administrar contratos de exploração de áreas portuárias.
A nova arrendatária assume a área com a obrigação de investir o valor mínimo de R$ 4,17 milhões ao longo de 10 anos, além de efetuar os pagamentos mensais pela ocupação. A área denominada PAR32 tem aproximadamente 6,6 mil metros quadrados, já com estrutura de armazéns (6A e 6B), e está localizada na área primária (cais) do porto paranaense.
Ratinho Junior destacou que este foi o primeiro leilão de 2022 da infraestrutura paranaense, já que o Estado deve levar ainda neste ano à B3 as novas concessões rodoviárias, a Nova Ferroeste e os pátios do Detran, além de outras áreas portuárias. “Com grande apoio do Ministério da Infraestrutura, trabalhamos para transformar o Paraná na Central Logística da América do Sul, com a modernização de todos os modais logísticos”, disse.
“Os leilões que participamos aqui na B3, especialmente dos portos, têm sempre surpreendido de forma positiva, com ágios superiores ao programado. Isso é fruto do trabalho de gestão e modernização e demonstra a confiança do setor empresarial na força da economia e paranaense”, afirmou. “A empresa que arrematou esse importante terminal do Porto de Paranaguá terá a oportunidade de investir no porto mais eficiente e sustentável do Brasil, que bate recordes de movimentação de cargas a cada ano e é uma grande referência para o Brasil”.
O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, explicou que a empresa prevê ainda o arredamento de outras quatro áreas do Porto de Paranaguá, voltadas principalmente para a armazenagem e movimentação de granéis sólidos. “Este é somente o primeiro leilão do ano, temos ainda outras áreas que serão arrendadas para dar continuidade ao desenvolvimento e modernização dos portos do Paraná”, disse.
Pregão
O leilão foi por maior outorga e partiu de um lance mínimo de R$ 1, iniciando com duas propostas aptas: da FTS Participações Societárias S/A, com lance inicial de R$ 21,85 milhões; e da Teapar – Terminais Portuários de Paranaguá, que ofertou R$ 1 milhão.
No viva voz, a Teapar ofertou R$ 25 milhões pela área, valor coberto pelo lance de R$ 30 milhões da FTS Participações. O grupo já opera em Paranaguá e Antonina, e a nova área vai expandir as atividades de carga no terminal. “Vamos aumentar o portfólio de serviços para os clientes e também nossa competitividade no mercado”, explicou o diretor Institucional do Grupo FTS, Alex Sandro de Ávila.
No mesmo pregão, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) promoveu o leilão de áreas dos portos de Santos, em São Paulo, e de Suape, em Pernambuco. Juntos, os três terminais preveem R$ 950 milhões em modernizações.
“O Porto de Paranaguá recebeu o maior lance entre os três terminais do leilão. Mesmo com um porto importante como o de Santos, o Paraná foi o mais atrativo para os investidores”, salientou o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex. “A cada batida de martelo representa o avanço dos portos do Paraná e da infraestrutura do Estado”.
Autonomia
Em dezembro de 2020, o Paraná foi o primeiro Estado brasileiro a conceder um terminal portuário por decisão própria, depois de receber autonomia para administrar os contratos de exploração de áreas. À época, o terminal PAR12, de 74,1 mil metros quadrados de área e capacidade estática para 4 mil veículos e armazenagem anual de 120 mil veículos, foi leiloado por R$ 25 milhões para a Ascensus Gestão e Participações, representada no certame pela corretora do Itaú.
Outras áreas
A Portos do Paraná avança com o processo de arrendamento de outras quatro áreas no Porto de Paranaguá. Na última quinta-feira (24), foi realizada a audiência pública da PAR09. A área de cerca de 24 mil metros quadrados, a Oeste do Porto de Paranaguá, é voltada para movimentação de granéis sólidos vegetais, com investimentos previstos na ordem de R$ 492,6 milhões.
Neste ano, a expectativa é licitar outras duas áreas de armazenagem e movimentação de granéis sólidos vegetais. A PAR14, de 61.450 metros quadrados, e PAR15, com 37.431 metros quadrados preveem investimento de cerca de R$ 1,2 bilhão e R$ 656,8 milhões, respectivamente.
Os estudos já foram elaborados e estão em fase de consulta às autoridades competentes, para serem posteriormente enviados à Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) para a abertura de audiência e consulta pública.
Além dos processos já em andamento, uma nova área no Porto de Paranaguá já foi qualificada como prioridade nacional pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do governo federal. A PAR03 tem 38 mil metros quadrados e será destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais, principalmente fertilizantes.
O espaço engloba o pátio (greenfield) cercado, localizado em frente à sede administrativa da Portos do Paraná, e o Terminal Público de Fertilizantes (Tefer), de 6 mil metros quadrados. O levantamento preliminar aponta a necessidade de investimentos mínimos de R$ 233 milhões, valor que pode variar de acordo com os estudos. (Com assessoria)