Empresas mexicanas de diferentes setores conheceram, nesta quinta-feira (22), as características e diferenciais que fazem do Paraná um estado atrativo para novos negócios. Os potenciais do Estado foram apresentados pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior durante a quinta edição do Paraná Day, evento promovido na Cidade do México com o objetivo de atrair novos investidores e aproximar o Estado de possíveis parceiros comerciais.
Esta foi também a terceira edição internacional do evento, iniciado em 2019 pelo Governo do Estado, e a primeira após a pandemia de Covid-19. O Paraná Day foi realizado anteriormente em Curitiba, Brasília, Nova York (Estados Unidos) e Madri (Espanha), reunindo empresários, investidores, diplomatas e adidos comerciais de diferentes países.
A Embaixada do Brasil no México e o Consulado Geral Brasileiro na Cidade do México foram parceiros na promoção do evento desta quinta. O embaixador brasileiro Maurício Carvalho Lyrio acompanhou o encontro, além de cerca de 20 empresários de setores de logística, madeireiro, consultoria, construção civil, agronegócio, mobilidade urbana e de corretoras de valores.
Paraná
Com localização privilegiada no mapa, próximo aos principais centro consumidores da América do Sul, o Paraná se prepara para se tornar o hub logístico da região. Dentro desse planejamento, está o novo programa de concessões rodoviárias do Estado, que levará a leilão 1.743 quilômetros de rodovias federais e estaduais, que somam R$ 44 bilhões em investimentos.
“O Paraná tem segurança jurídica, uma infraestrutura de qualidade que vai deslanchar ainda mais nos próximos anos, mão de obra qualificada, é exemplo mundial de sustentabilidade e tem o poder público caminhando lado a lado de quem investir e gerar empregos”, destacou o governador.
“Somos um dos principais produtores de alimento do mundo e contamos com uma matriz industrial diversificada e moderna, além de estarmos preparados para sediar o hub logístico da América do Sul”, disse.
Outro modal logístico que será expandido no Estado é o ferroviário, com a construção da Nova Ferroeste. Com 1.285 quilômetros de trilhos, a estrada de ferro vai conectar Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá, atendendo os principais estados produtores de grãos do Brasil. Promovendo também a integração com o Paraguai, o projeto deve fazer parte da rota bioceânica que pretende conectar o Atlântico ao Pacífico.
Tanto as concessões rodoviárias como a Nova Ferroeste estão previstas para serem levadas a leilão na Bolsa de Valores entre o final deste ano e o primeiro semestre do ano que vem.
“O Paraná pode ser a menina dos olhos dos investidores, porque disponibilizará projetos robustos de infraestrutura. Os leilões na Bolsa garantem transparência nesses processos e permitem a participação de empresas e fundos de investimentos de qualquer lugar do mundo”, salientou Ratinho Junior.
Atração
Para Eduardo Bekin, diretor-presidente da Invest Paraná, agência de atração de investimentos do Governo do Estado responsável pelo Paraná Day, a conversa com empresários, diplomatas e adidos comerciais traz um grande retorno ao Estado em termos de negócios. Desde 2019, mais de R$ 45 bilhões em investimentos privados foram aportados no Paraná com intermediação da Invest.
“Junto com o governador e o embaixador, a Invest Paraná recepcionou, no México, os empresários que estavam muito focados nos investimentos em infraestrutura e também com interesse nas áreas de tecnologia e segurança”, disse Bekin. “Apresentamos nossas grandes vocações nesse evento. A administração pública e a pujança da produção paranaense, principalmente da agroindústria e automobilística, são muito bem avaliadas”.
Mesmo em um cenário de pandemia, a indústria paranaense cresceu 20% nos primeiros cinco meses do ano, maior que a média nacional, que avançou 13,1% no período. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Estado foi o terceiro no Brasil em que a produção industrial mais cresceu na última década, puxada pelos setores de Impressão e Reprodução, Produtos de Madeira, Veículos Automotores e Celulose e Papel.
Além da indústria, o Paraná é reconhecido como um dos gigantes do agronegócio brasileiro. É o principal produtor de proteína animal, respondendo por um terço da carne de frango do País, e o segundo maior produtor de grãos. Com o recém-conquistado status de área livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecido em maio pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIT), a tendência é aumentar ainda mais a presença nesse mercado.
Mobilidade
Dentro da programação oficial no México, o governador Ratinho Junior e o diretor-presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Gilson Santos, também se reuniram na manhã desta quinta-feira com o secretário de Mobilidade da Cidade do México, Andres Lajous, para conhecer o sistema de transporte público e a integração dos diferentes modais.
Uma das cidades mais populosas do mundo, a capital mexicana tem uma população de cerca de 9 milhões de habitantes da cidade e concentra quase 20 milhões de pessoas, incluindo também os moradores da Região Metropolitana.
Nos últimos dois anos, a Cidade do México promoveu a integração de todos os modais (metrô, BRT, alimentadores, bicicletas compartilhadas e agora o sistema de teleférico), permitindo que o usuário se locomova em todos eles utilizando um único cartão.
A expansão do sistema de transporte público também passou a ser planejada a partir das informações desse sistema único.
Inaugurada em 11 de julho, a linha 1 do Cablebus, um teleférico com quase dez quilômetros de extensão, representou uma inovação para regiões que dependem da integração com os sistemas tradicionais e, que até então, não possuíam um atendimento eficiente. Segundo Lajous, o projeto supera as expectativas e altera a realidade dos modais convencionais, ao manter a ocupação permanente e não apenas pendular, nos horários de pico.
Ratinho Junior destacou que o encontro ajuda a entender as linhas de planejamento e trabalho de um governo que enfrenta o desafio de atender uma das cidades mais populosas do planeta, que depende massivamente do transporte público coletivo. “As maiores cidades do Paraná, em especial da Região Metropolitana de Curitiba, tem bons modelos de transporte público, mas que também necessitam de inovações para que sejam mais ágeis, seguros e sustentáveis”, disse.
Para o diretor-presidente da Comec, a integração entre os modais e a inovação permanente podem reestabelecer a recuperação do setor, afetado pelo transporte individual. "São inovações que podem contribuir para que o transporte coletivo continue sendo prioridade do poder público", arrematou. (Com assessoria)