Autor do projeto que estabelece multa a empresas que contratarem moto-entregadores que usam escape barulhento em suas motocicletas, o vereador Julio Küller (MDB) utilizou a tribuna da Câmara na sessão desta segunda-feira (22) para enfatizar que a proibição já é prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro.
Segundo ele, o que o seu projeto propõe é permitir que o Município também possa participar da fiscalização, tendo em vista que, atualmente, a responsabilidade de fiscalizar é somente da Polícia Militar (PM).
"A proibição já existe. Não há nada de novo neste sentido. O que queremos é permitir que o Município participe da fiscalização, estabelecendo que as empresas façam a seleção das motos com o escape original de fábrica, possibilitando uma cidade mais silenciosa", declarou Kuller.
Reclamações
O vereador disse que não se trata de ser contra a classe dos moto-entregadores, pois aqueles que respeitarem a legislação não sofrerão nenhum impacto. "O que não podemos é permitir que essa barulheira continue. Recebi muitas reclamações das pessoas, incomodadas com essa situação em nossa cidade", justificou o parlamentar.
Kuller expôs ainda que tem recebido ameaças depois que apresentou o projeto, por meio de mensagens via celular e também com a ida de algumas motos com os escapes alterados em frente à sua residência. "As ameaças estão gravadas e printadas. Agora vamos enviar ao nosso advogado para saber o que fazer. Isso me deixou muito triste, mas não tenho medo e não vou recuar, tanto que apresentei outro projeto nesta Casa que trata do mesmo assunto", contou Kuller.
Proibição da venda
O projeto citado pelo vereador do MDB proíbe a venda os escapamentos alterados. "Também não há nada de novo, mas precisamos encontrar meios para que essa proibição seja respeitada. Infelizmente, mesmo sendo proibido o uso desses escapamentos, as pessoas usam muito e as lojas acabam vendendo. Temos que combater essa atuação ilegal", argumentou Kuller.
Por fim, o autor dos projetos enfatizou que ambas as propostas poderão ser amplamente debatidas na Câmara, permitindo que os representantes da classe dos moto-entregadores se manifestem. "Trouxemos esse grave problema para ser debatido. Vamos ouvir a todos. Porém, o que não podemos permitir é que essas motos barulhentas continuem atrapalhando nosssas escolas, CMEIs e hospitais, principalmente", finalizou Kuller.
Foto: CMPG
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