“Ponta Grossa não tem indicadores de fiscalização da qualidade da água e saneamento básico, como é o exemplo dos cerca de 150 km de arroio e fundos de vale na área urbana da cidade sem tratamento”, afirmou o candidato à prefeito pelo Partido Solidariedade e Liberdade (PSOL), Professor Gadini, em conversa ao vivo, realizada na noite da quinta-feira (30), pelas redes sociais, em painel sobre direito à água, saneamento básico e plano diretor da Cidade.
Com a participação dos candidatos a vereador Lucas Pencoski, Felipe Nusda e João Stefaniak (co-candidato Josi+Coletivo), Gadini lembrou das lutas de movimentos sociais na cidade em defesa da água e também das propostas do PSOL para evitar que a população sofra com a crise hídrica já presente no Estado.
Todos serviços terceirizados que impactam diretamente na qualidade de vida das pessoas: distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana e coleta de resíduos sólidos precisam de fiscalização permanente por parte do poder público municipal”, defende Gadini.
Doutor em Geografia, com estudo sobre gestão urbana e direito à cidade, João Stefaniak alerta que a água, no século XXI, é motivo de disputas e conflitos no mundo. “Embora a água seja um bem comum, o que vemos é que grandes corporações multinacionais transformam a água num bem privado. Aqui em PG, precisamos recuperar os arroios, dar atenção necessária aos aquíferos Furnas e Guarani”, assegura, ao lembrar que o PSOL é um partido ecossocialista com propostas concretas de preservação ambiental e dos mananciais de água.
Falsa sensação
Lucas Pencoski, por sua vez, destaca a falsa sensação de que no sul do Brasil a agua é abundante: “É uma ilusão acreditar que a água nunca vai acabar. No verão passado já tivemos sinais do problema em PG”, explica. Outro ponto que Lucas destaca diz respeito ao “PL da Privatização da Água”, aprovado pelo Congresso Nacional, sem o debate necessário com a população.
“O novo marco regulatório do saneamento abre caminhos para a privatização de serviços de saneamento, retirando o caráter público dos serviços. A Lei 14.026/2020 (que altera a Lei 11.107/2005) foi aprovada recentemente. “É preciso lutar contra a privatização, pois empresas interessadas vão atender cidades grandes para obter lucros, enquanto as menores vão ficar abandonadas”, avalia Lucas Pencoski.
De acordo com o engenheiro Felipe Nusda, candidato a vereador pelo PSOL, que também participou do painel, a precariedade das condições de saneamento da população que mora em fundos de vale, portanto em áreas irregulares, é um problema negligenciado por governos nos últimos 20 anos. “Os prefeitos deixaram por conta da concessionária tal demanda, praticamente sem uma ação efetiva na gestão do serviço, o que é responsabilidade do Município”, explica.
ARAS
Professor Gadini lembrou ainda que a atual gestão extinguiu a Agência Reguladora de Águas e Saneamento Básico do Município de Ponta Grossa (ARAS), em 2017, deixando a população desamparada para cobrar a fiscalização do serviço seja na oferta de água quanto da ampliação da coleta e tratamento do esgoto.
“Vamos resolver o problema, contratando profissionais por concurso público para garantir fiscalização e, antes de discutir renovação ou qualquer antecipação de contrato, que vence apenas em março de 2026, vamos ouvir a população da Cidade, que paga a conta, e vivencia os reais problemas do setor”, conclui Gadini. (Com assessoria)