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Política Eleições 22/09/2020

Dr. Zeca aponta desgaste com atual Governo e diz que decisão do PSL não teve interferência estadual

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Dr. Zeca aponta desgaste com atual Governo e diz que decisão do PSL não teve interferência estadual

Depois de um longo tempo sem se pronunciar publicamente e nem atender à imprensa, o vereador Dr. Zeca Raad, presidente do Partido Social Liberal (PSL) de Ponta Grossa, encaminhou uma carta pública ao Portal aRede e Jornal da Manhã, e que o Blog teve acesso, falando a respeito do imbróglio dentro do partido, depois da decisão em convenção por apoiar a candidatura a prefeito de Marcio Pauliki (SD).

Dr. Zeca foi vice-prefeito no primeiro mandato do prefeito Marcelo Rangel (PSDB), fazia parte da base governista na Câmara neste mandato e recebeu o comando do PSL das mãos de Rangel. Porém, o vereador afirma que embora tenha sido vice e integrar a base do Governo, enfrentou muitas resistências para ter as suas ideias aceitas dentro do Governo. Ele cita como exemplo da má relação o fim do projeto Ônibus da Saúde, o qual foi o mentor, e a falta de incentivo do Governo para manter o Hospital São Camilo aberto.

O vereador justifica que esse desgaste o levou a optar por apoiar a candidatura de Marcio Pauliki, e não a candidatura da Professora Elizabeth Schmidt (PSD), atual vice-prefeita e que tem o apoio do Governo Rangel. Dr. Zeca enfatiza que a decisão foi tomada pela maioria da direção municipal do PSL e rechaçou que tenha havido qualquer interferência da direção estadual da legenda no sentido de impor o apoio a Pauliki.

Tal declaração de Dr. Zeca, presidente do PSL, contradiz o que afirmou o vice-presidente do partido, vereador Rudolf Polaco. Em vídeo postado nas redes sociais no último final de semana, Rudolf revelou que a orientação para apoiar Pauliki e não Elizabeth partiu da direção estadual. O PSL do Paraná é presidido pelo deputado estadual Fernando Francischini.

A decisão em apoiar Pauliki provocou um ‘racha’ na chapa a vereador do PSL. Cerca de 17 candidatos aprovados em convenção decidiram em não fazem campanha, o que poderá dificultar a eleição de uma ou mais cadeiras pela legenda nas eleições deste ano. A decisão também fez com que o prefeito Marcelo Rangel (PSDB) e seu grupo político chamassem Rudolf (ex-líder da base governista) e Dr. Zeca (ex-vice-prefeito) de traidores.

Confira a carta emitida por Dr. Zeca na íntegra:

Eu, José Carlos Sahagoff Raad, Dr. Zeca, estando na qualidade de Presidente da Comissão Provisória do PARTIDO SOCIAL LIBERAL DE PONTA GROSSA/PR, PSL, venho por meio desta declaração, manifestar-me sobre as notícias vinculadas nos canais de comunicação envolvendo nossa agremiação política, para restabelecer a verdade.

Pois bem! Ao longo de anos me esforcei ao máximo apoiando a gestão do Governo local, inclusive, no primeiro mandato ocupei o honroso cargo de Vice Prefeito. Objetivei incansavelmente o incentivo de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de Ponta Grossa, em especial, que envolveram a saúde. Enfrentei muita resistência da Gestão atual, ao exemplo da interrupção de projetos sociais de impar importância à Cidade, como o Ônibus da Saúde, que enquanto mantido pelo Governo local atendeu cerca de 70.000 pessoas carentes, que receberam cuidados básicos importantes. Trabalhei muito para manter com as portas abertas do Hospital São Camilo, que, infelizmente, acabou fechado por falta de incentivo da Gestão atual.

Enfim, o fato é que mesmo integrando a base de apoio da Gestão do Governo local, minhas opiniões para o desenvolvimento da Cidade não foram aceitas e nessa condição, optei pelo novo, por apoiar o plano de Governo do candidato Sr. Marcio Paulik, pois o modelo vigente não foi por mim aprovado. Inclusive, a opção foi apoiada pela maioria da Comissão Municipal, que decidiu sem qualquer interferência do Diretório da Estadual do PSL que inclusive mantém boas relações com o Governo local. Nessa condição, apresentei proposta de coligação com o Partido Solidariedade e o nome de Márcio Paulik para a disputa da Prefeitura local na convenção do partido do PSL. Aliás, é certo dizer que nada impus ou condicionei, tão somente me limitei ao direito que me assiste em um País que adota o modelo democrático. Fui apoiado pela maioria dos demais integrantes da Comissão Provisória. Inclusive, minha proposta à referida Coligação foi porque não tenho amarras políticas, aliás, o PSL não está atrelado a nenhum grupo de poder, minha decisão foi livre e em prol de Ponta Grossa, para um futuro melhor para todos.

Quanto aos pré candidatos que apresentaram seus nomes na convenção à disputa do cargo de Vereador, assento que incentivei a todos, sem exceção, inclusive, com oferta de toda a estrutura permitida em lei para o sucesso eleitoral de cada um destes. Registro que acordamos por unanimidade em reunião administrativa partidária ocorrida poucos dias antes da Convenção, que os futuros candidatos ao cargo de Vereador estariam absolutamente livres a apoiarem qualquer um dos candidatos à Prefeitura local, independente do resultado da Convenção. Nesta condição, muito me espanta que pré candidatos desistam de suas candidaturas ante ao resultado legítimo da Convenção, pois, além do Partido não condicionar qualquer apoio, lhes foram ofertadas todas as garantias que PSL pode oferecer. Ao meu sentir, a desistência de alguns destes Candidatos foi animada no interesse individual, objetivando causar prejuízo ao demais do grupo, aliás, desgarrados do puro espírito político em concorrer a um cargo público. O futuro desvendará a real intenção de cada um destes pré candidatos, não me compete neste momento a ir além. Encerro, afirmando que o PSL local está unido, nossa chapa para Vereadores está coesa e em rumo certo à vitória nas urnas e no crescimento da Cidade de Ponta Grossa.