Aos 47 anos de idade, Keyla Sanson quer fazer história: ser eleita a primeira prefeita de Ponta Grossa. Filiada ao Patriota, Keyla é pré-candidata ao comando do Palácio da Ronda em 2020. Interessada por temas políticos, Keyla entrou na vida pública em 2018, durante a campanha do então candidato à presidência, Jair Messias Bolsonaro (sem partido). Dois anos depois, Keyla promete reunir o grupo bolsonarista na disputa de novembro.
Nesta sexta-feira (7), a pré-candidata do Patriota visitou a redação do Jornal da Manhã e do portal aRede para falar do assunto, em entrevista ao jornalista Eduardo Farias, no programa Doc.com na Rede. A ativista política destacou que pretende não se envolver em polarizações e buscará, por sua vez, realizar uma gestão técnica da Prefeitura. Leia e assista a entrevista abaixo:
Eduardo Farias: Keyla, você é novata em disputas por cargos públicos. Apresente seu histórico para as pessoas conhecer um pouco mais sobre você e sua trajetória.
Keyla Sanson: Tenho 47 anos e sempre atuei na política. A política fazemos todos os dias e em todos os lugares. Vim da atividade financeira e vi a política dentro do balcão de uma financeira que represento. Pra mim, um fato marcante aconteceu em 2018, onde firmamos uma posição e fizemos uma revolução para a campanha do presidente. E de lá pra cá não me desliguei da política. Criei o movimento aqui em PG do ‘Sou Mulher, sou Bolsonaro’, que hoje mudou de nome para: Hoje Sou Mulher e sou Brasileira. Mas participo de outros tantos movimentos políticos que buscam uma cidade e um país melhor.
EF: De onde surgiu a ideia de ser candidata ao cargo de prefeita de Ponta Grossa?
Keyla Sanson: Eu tive a grata surpresa e ser convidada pelo Moacyr (prefeito de Castro), que é o nosso presidente estadual, e me convidou para ser presidente do diretório do Patriotas aqui em Ponta Grossa. A gente começou praticamente do zero, construindo o partido e montando a chapa. E foi muito bacana, toda a ala direita bolsonarista veio conosco. Foi daí e da vontade de ter uma cidade melhor que surgiu a minha candidatura.
EF: Existe conversa com outros partidos para compor um grupo político?
Keyla Sanson: Sou muito cobrada por ser uma pessoa que nunca teve cargo eletivo e buscar essa pretensão de ser prefeita de uma cidade do tamanho da nossa. Tudo tem sua primeira vez, gosto muito de política, leio muito sobre política e me sinto preparada. Ninguém nasce sabendo, você só aprende fazendo. Sempre tem a primeira vez, Sobre as conversas com outros partidos… eu não tenho inimizade com ninguém. Tenho um bom relacionamento com todos os outros pré-candidatos. O Patriotas está chegando agora, a gente conversa, namora com outros partidos e tudo pode acontecer neste período de conversas e coligações.
EF: Qual é seu plano de governo? O que você e o Patriotas irão priorizar na gestão de Ponta Grossa?
Keyla Sanson: Veja, olhando Ponta Grossa neste período de pandemia… Tem várias coisas que podem ser feitas e devem ser feitas. Começando pelos bairros, com uma proximidade da população. Quero estar no corpo a corpo, no face a face, olhando as necessidades de quem mora nos bairros. Não é mandar fazer, é estar junto com a população. Queremos trazer o Poder Público mais perto da população, pois somos funcionários da população. Quando você se coloca no pleito, você é funcionário do povo sim!
Penso que a saúde deve ser reorganizada do ponto de vista dos investimentos. Durante a pandemia, vimos a falta de remédios, de EPI [Equipamento de Proteção Individual],. Onde está a grana que veio para a cidade? Onde está sendo usada? É preciso maior transparência para o povo. A população merece isso, merece saber. A saúde precisa ser reorganizada. No nosso plano priorizamos também a conversação entre os municípios. Hoje grandes cidades vizinhas fazem consórcios para prestar alguns serviços. Acredito em uma união de municípios. Você consegue comprar uma boa quantidade de remédios com preços baixos, por exemplo.
EF: A lei obriga o investimento de 15% do orçamento em saúde e outros 25% em educação. Ao mesmo tempo, mais de 50% do orçamento vai para a folha de pagamento. Tem alguma ideia sobre esses nove mil servidores públicos de PG?
Keyla Sanson: Funcionário é o maior patrimônio dessa empresa [Prefeitura]. A Prefeitura é uma empresa e precisa ser administrativa como empresa. É óbvio que precisa ser estruturado, sendo melhor aproveitado a mão de obra desses servidores. São muitos lugares da administração que estão ociosos e outros que estão precisando de remanejamento. Acredito em fazer algum tipo de proposta para aqueles que estão aposentando, estruturar melhor e aproveitar a mão de obra que temos. Lembrando que tudo é preciso colocar tudo isso à disposição do povo, é a população que manda. Não é o que eu quero, é o que a população quer.
EF: Há hoje uma divisão de esquerda e direita no cenário político. Nessa eleição municipal, isso deve estar em evidência?
Keyla Sanson: Tem muitas pessoas que tentam colocar essa evidência entre direita e esquerda. Como conversamos com muitos partidos, até mesmo para trabalhar juntos, não penso nisso. Dizem que a Direita está se aliando com a esquerda e o centrão, essas coisas.
Precisamos ser extremos quando precisávamos eleger o presidente. Pois o presidente é de todos os lados. No município, existem ideologia e valores diferentes entre os cidadãos, mas existe um objetivo que é a cidade. E para esse prefeito não tem que ter lado, direita e esquerda. Eu vou precisar de deputados dos dois lados para conseguir verbas para o município. Eu preciso estar em sintonia e harmonia de ambos os lados.
O meu partido é cristão, valoriza a família, os valores morais. Mas isso não me faz desrespeitar a oposição. Pois lá no Governo precisamos da oposição para tudo. Nós temos que trabalhar em sintonia e harmonia, colocar PG para frente.
EF: Você acompanha a situação fiscal da Prefeitura? Isso te preocupa?
Keyla Sanson: Sobre as contas do município, o que pude ver e assistir é que essas dívidas vem de prefeitos para prefeitos, ninguém resolve as dívidas mais graves do município e, pelo contrário, fazem mais dívidas. Após a pandemia, teremos anos difíceis mas temos recursos e formas de resolver esses problemas. Quando acaba o dinheiro, você vai fechar e priorizar as coisas, e assim deve ser feito lá dentro [na Prefeitura], priorizar os serviços.
EF: Relação com a chapa de concorrentes a vereador, partido terá 29 candidatos?
Keyla Sanson: O partido [PATRIOTAS] tem até mais, devemos fazer uma seleção, para fechar os 29. Tem alguns fazendo pré-campanha já. Muitos duvidam, mas nosso trabalho é exaustivo e queremos fazer pelo menos duas cadeiras. Não existe um partido conseguir colocar quatro cadeiras na Câmara, mas pelo menos queremos duas
EF: O que você pensa sobre contratos públicos que vão vencer no próximo mandato? Como os contratos com a Sanepar, a PGA e a VCG?
Keyla Sanson: Pela discussão até a agora… o contato do Lixo vence só em 2036 nós temos que sentar e ver esse contrato com calma, ver quais são as cláusulas.Podemos inovar o lixo, trazendo novas tecnologias. A quebra de contrato acho que não vai acontecer, acho que não teremos estresse nessa questão. O contrato da Sanepar é para 2026. O pior problema não é o contrato, devemos escutar o que a população acha. A Sanepar já é uma economia mista. O pior problema é a captação de água. Devido a estiagem, estamos sentindo os impactos na nossa vida. A preocupação dessa empresa é a captação de água e essa tem que ser a discussão.
Já o contrato com a VCG vence em 2022, vejo muitos falando em tirar a empresa e etc. Primeiro ponto…. o transporte já foi um ícone de grande importância. Dizer uma empresa que sempre te serviu e pedir para ir embora não é o ideal. Penso que devemos ter um bilhete único, usar os terminais com modernidades, tirar os terminais e colocar os tubos como é em Curitiba.
Podemos fazer várias coisas, podemos colocar mais uma empresa como é em Curitiba. Quais são as empresas interessadas? Temos que ver tudo isso. Mas é importante destacar que diminuiu o uso que a população faz do transporte público a nível mundial. Hoje a maioria tem carro e nossas ruas não estão preparadas para isso. Podemos trazer mais empresas juntos, mas tudo isso é conversado. E escutar o que a população quer.
Eu acho que tem que ter num contrato de um período de experiência.
EF: Alguns disseram a ideia de ter você como vice: Marcio Pauliki e Marcio Ferreira. Existe essa possibilidade?
Keyla Sanson: A política é um tabuleiro, realmente. Existe a hipótese, claro que existe. Tive convites sim de conversar ver a possibilidade. Importante é eu estar no processo eleitoral. Para meu partido é muito importante eu estar como candidata. Não preciso pensar em mim, mas sim no partido. Devemos estar juntos com o governo eleito. Pode acontecer, sou uma ativista antes de mais nada, vou continuar brigando pela minha cidade e pelo meu país da mesma forma. Eu gosto de política, eu amo a política e vivo a política, mas não sobrevivo da política.
Assista a entrevista na íntegra: