O empresário e presidente estadual do Solidariedade (SD), Marcio Pauliki, deu sequência à série de entrevistas conduzida pelo jornalista Eduardo Farias com os pré-candidatos à Prefeitura Municipal de Ponta Grossa dentro do programa ‘Doc.com na Rede’, iniciativa do Portal aRede e Jornal da Manhã em parceria com o blogdodoc.com. O pré-candidato citou seu plano estruturante para a cidade, o programa PG+200, e aponta que está mais preparado que 2012, quando ficou próximo do segundo turno.
Eduardo Farias: Como essa pré-candidatura tende a se tornar uma candidatura futuramente?
Marcio Pauliki: Na verdade eu tenho visto o texto que está aqui embaixo (GC), ‘quer disputar a Prefeitura’. Querer, claro que eu quero, me sinto muito preparado, mais do que em 2012. 2012 minha primeira candidatura, praticamente há oito anos atrás, eu me sentia motivado. Hoje me sinto não apenas motivado, mas também muito mais preparado.
Depois oito anos, onde eu nunca fui político profissional. Sempre tive um trabalho muito forte na gestão empresarial, associativista, social da minha cidade. Tive a experiência do deputado estadual mais votado da história de Ponta Grossa. Quatro anos nesse meio político, onde conheci os meandros da política. Hoje, me sinto preparado não apenas como um gestor, mas também com alguém que durante quatro anos, sabe os caminhos para se buscar os recursos os recursos para nossa cidade através dos entes políticos.
EF: O PG +200, um projeto seu que foi apresentado há algum tempo atrás. O que consta? São linhas gerais, propostas?
Marcio Pauliki: Faz três meses que eu apresentei o PG +200. Talvez tenha sido o último evento onde teve mais de 200 pessoas que podiam se reunir, foi lá no comecinho de março. Nós passamos praticamente esses três meses conversando de forma online com muitas lideranças e melhorando, colocando ele dentro de uma nova etapa, que é esse ‘novo normal’.
Não deixei de conversas com as lideranças, principalmente lideranças que conhecem o dia a dia da nossa cidade. Comunitárias, empresariais, também políticas, associativistas. Esse trabalho foi feito por mais de 42 mil sugestões, as quais dividimos em várias etapas, segmentos. Se tirou 200 e tantas propostas que mostram que existe uma possibilidade de pensarmos uma Ponta Grossa mais dinâmica, progressistas, melhor para todos.
EF: Você tem enaltecido o seu lado gestor a frente do grupo MM. O pós-pandemia será um desafio para o próximo prefeito. A gestão será o principal norte da sua campanha?
Marcio Pauliki: Acredito que você tem que ser gestor, mas também tem que ter uma flexibilidade política muito importante. O fato de eu ter tido essa experiência como deputado, me faz mais preparado, justamente para que você possa colocar os princípios de boa gestão, da governança pública.
Sem perder essa questão de você conversar com os entes políticos, saber exatamente a forma. Só não posso abrir mão dos meus princípios e diretrizes. Muitas vezes, eu tenho dificuldades, por exemplo, de compor algumas alianças. Porque existem, e isso a gente vai ver ao longo do processo político, algumas pessoas que fazem questão de tentar trazer, a qualquer custo, qualquer preço, outros partidos.
EF: Eleito, qual seria sua primeira ação de gestão do seu plano para a Prefeitura?
Marcio Pauliki: É um plano de todos. Como falei, é um plano que foi feita por 42 mil sugestões que estou levando para lideranças, todo dia tem uma coisa a mais para se escrever. Como eu falei, não é quer disputar, precisa conquistar. Para conquistar, precisa ter essa união de forças. E, se houve divisão, que seja de tarefas.
Abrir a cidade, a cidade tá muito fechada apenas para um grupo. Tem que abrir, não apenas para as sociedades civil organizadas. Discussões que se faz na cidade. Claro o prefeito muitas vezes tem que tomar uma decisão, às vezes até solitária pela velocidade. Mas, eu quando era presidente da Associação Comercial, nós criamos o Conselho de Entidades.
Nós temos aqui um conselho de desenvolvimento que precisa ser ouvido, mas não só ouvido, ele também pode tomar decisões, porque ele não é só consultivo, deliberativo.
EF: Como manter a relação com o Governo Federal e Estadual caso você seja prefeito?
Marcio Pauliki: Nós temos que abrir a cidade. A cidade não pode pertencer a uma família. Não pode. A cidade é muito mais que isso. A cidade tem hoje 10 deputados federais que fizeram votos, foram eleitos em Ponta Grossa. O prefeito, líder local, tem a obrigação de ver, trazê-los até aqui ou ir até onde eles estão e pedir: ‘meu amigo, o senhor fez oito mil votos em Ponta Grossa, o que o senhor vai fazer pela nossa cidade?’.
‘Eu vou subir, defender’. Não. ‘Eu preciso saber o que senhor vai trazer de recursos’. Deputado federal tem emenda impositiva. ‘Ah, eu sou oposição, situação’. ‘Não me interessa, o senhor teve votos aqui’. Senhores deputados estaduais, vamos privilegiar aqueles que são da cidade. ‘Mas, se o senhor que trazer recursos para cá, o que o senhor pode trazer?’.
EF: Direita e esquerda, você teria uma denominação para uma candidatura sua? Como você vê essa questão também envolvendo a Presidência da República, o presidente Jair Bolsonaro?
Marcio Pauliki: Esse negócio de extremos. ‘Ah, tem que ser direita, tem que ser esquerda’. Nós temos que visitar os extremos de Ponta Grossa. Vai lá no Cristo Rei e vai ver como tá o buraco lá. ‘Mas a direita, eu sou de direita’. A fatura da conta, você gritar que é de direita ou esquerda, não se paga sozinho. Ela não vai andando sozinha se pagar.
É gestão. Você tem que ter gestão. Eu, a princípio, a minha história de vida como gestor, associativista, deputado, mesmo que eu tenha tido uma má experiência de estar um partido que foi para o lado da esquerda e eu sai do partido por conta disso, eu sou mais direita, lógico. Isso não é querer barco, carona. É a minha vida.
EF: O transporte coletivo, em 2022, vai estar com a incumbência do próximo prefeito fazer uma nova licitação. Como lidar com isso?
Marcio Pauliki: O transporte público em 2022, tudo isso veio à tona na campanha de 2012. Eu sei que cresci muito na campanha, só não fui para o segundo turno porque o Ibope me tirou. O bilhete único era algo muito importante, tem que entrar na cidade a partir do ano que vem. Dependendo se lá em 2022, 2023, que será a mudança, a discussão da manutenção ou não do contrato, a qualidade do transporte público já tem que melhorar a partir do primeiro ano.
Eu vejo mães, entregando para os avós a criança por cima da cerquinha do terminal, para levar a criança, quando as escolas estavam funcionando, levando para a escola, para um posto de saúde. Porque ela não pode sair do terminal, porque se ela voltar tem que pagar de novo. Meu Deus do céu gente, tem que ficar duas, três horas, podendo sair e voltar. Tem ar-condicionado nos principais ônibus das principais linhas das cidades como Londrina, Maringá, por que aqui não tem?
EF: Quais partidos que você está mais próximo?
Marcio Pauliki: Olha, se eu falar aqui meu concorrente já vai atrás. E, oferecendo os mundos e os fundos. Apesar que os partidos que estou conversando, que é muito legal, são aqueles que estão realmente querendo saber o projeto. Tem um que eu tenho conversado essa semana, e eles falaram: ‘Marcio, manda para nós o projeto primeiro, para analisar, e depois nós vamos ver’.
Excelente. É o que eu quero. Hoje nós temos já o meu partido, que é o Solidariedade, o DEM está conosco e temos mais dois partidos juntos, praticamente definidos. Nós temos, claro, outras conversas. ‘Ah, porque tem que ter tempo de TV’. Eu não sei se é por conta disso. Na verdade vamos procurar são pessoas boas, que ou tem experiência na política, ou não tem, mas que querem somar, trazer aqui novas ideias. São essas pessoas que nós estamos procurando. ‘Mas, você vai procurar gente de esquerda, de direita?’. Eu vou procurar grupos que realmente querem o bem da nossa cidade.
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