O vereador George Luiz de Oliveira (PMN) afirmou durante a sessão desta segunda-feira (18), na Câmara, que a empresa concessionária do transporte coletivo em Ponta Grossa, a Viação Campos Gerais (VCG), pratica o crime de furto qualificado contra a população do Município. Oliveira alega que a empresa deixou de repassar para a planilha que rege o valor da passagem a redução de R$ 0,46 no litro do óleo diesel feita por decreto presidencial após a greve nacional do transporte.
George usou o espaço regimental do pequeno expediente, ao final da sessão, para expressar o seu descontentamento com o modo de atuação dos mandatários da VCG. Com críticas severas à concessionária do transporte, o parlamentar disse que a empresa desdenha dos trabalhos realizados pela Câmara no sentido de fiscalizar os serviços prestados e tentar reduzir o valor da tarifa. Ele declarou que a empresa explora a população de Ponta Grossa há anos e se prevalece por ter o monopólio do serviço.
Furto qualificado
Ainda no seu discurso, o vereador afirmou que a VCG, no mínimo, comete o crime de furto qualificado contra os munícipes ponta-grossenses ao não reduzir o preço da passagem de ônibus. Ele também contesta as alegações da empresa de que o valor atual da tarifa, de R$ 3,80, esteja R$ 0,19 abaixo do que era pra ser. George afirmou que não acredita na justificativa da VCG de que não está obtendo lucro com milhares de cidadãos usando o serviço de transporte diariamente.
Recentemente, George foi o autor de uma ação no Judiciário em que pede a redução da tarifa. Na audiência para tentar uma conciliação, realizada na semana passada, George se desentendeu com um dos diretores da VCG, Luciano Gulin, e com o advogado de defesa da empresa. Em sua fala na Câmara, o vereador alegou que foi menosprezado por Gulin na audiência e disse que foi vítima de uma armadilha na audiência, ao ter, segundo ele, caído na provocação dos representantes da empresa. Após esse entrave entre o vereador e o diretor, George "declarou guerra à VCG". Segundo ele, irá divulgar informações que a empresa tenta esconder, como o lucro obtido e os salários dos diretores.
Outro lado
A VCG foi acionada pelo Blog para comentar as críticas feitas pelo vereador na Câmara. Por meio da assessoria de comunicação, a concessionária do transporte coletivo contestou que houve qualquer tipo de desrespeito ao vereador ou à Câmara durante a audiência e enviou a seguinte nota acerca das críticas sofridas:
“O vereador infelizmente demonstra total incapacidade técnica para compreender a formação de preço da tarifa de transporte coletivo e desequilíbrio emocional incompatível com o cargo que ocupa, e suas declarações caluniosas lhe trarão consequências jurídicas”.
Batalhas
Sobre a audiência em questão, ela foi suspensa depois de os ânimos ficarem exaltados e a ação em que o vereador pede a redução da passagem ainda tramita no Judiciário. Portanto, ao que tudo indica, teremos mais capítulos, ou batalhas, dessa guerra.
Em tempo: Furto qualificado, segundo o Código Penal, artigo 155, é aquele que ocorre com destruição ou rompimento de obstáculo; abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; emprego de chave falsa ou mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Foto: Kauter Prado\Câmara