Em alusão ao Dia Mundial da Alimentação, comemorado em 16 de outubro, o Governo do Paraná apresentou nesta terça-feira (14), no Palácio Iguaçu, os programas que fizeram do Estado referência na produção e distribuição de alimentos.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou os investimentos realizados na área, que ultrapassam R$ 1 bilhão por ano, entre recursos estaduais e federais.
“Estamos comemorando o Dia Mundial da Alimentação com o Paraná entre os estados que mais reduziram a insegurança alimentar no País no último ano. Temos avançado muito nisso, com programas como o Banco de Alimentos Comida Boa.
Antes, cerca de 600 toneladas de alimentos por mês iam para o lixo. Hoje nós industrializamos todo esse alimento, que é distribuído para mais de 300 entidades, como creches, orfanatos e hospitais”, afirmou Ratinho Junior.
“Além disso, temos o Compra Direta, em que o Governo do Estado adquire alimentos diretamente do agricultor familiar para a merenda escolar.
Desta forma, garantimos segurança alimentar nas escolas, com os nossos alunos recebendo três refeições por período, no maior programa de merenda do Brasil. Isso também ajuda a fortalecer a economia local, uma vez que o pequeno produtor tem garantia de compra e de renda”, acrescentou.
“Temos um trabalho conjunto de diversas secretarias com vários programas integrados para atender essas famílias.
Esse é o foco do nosso governo: levar qualidade de vida para a população, especialmente para as pessoas mais humildes, que às vezes passam por necessidade”, finalizou.
O Paraná está entre os estados brasileiros onde a população tem as melhores condições de acesso a alimentos, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados na semana passada.
O levantamento mostra que 84,7% dos domicílios paranaenses estavam em situação de segurança alimentar ao final de 2024. O índice é superior ao registrado em 2023 no Estado (82,1%) e está acima da média nacional (75,8%).
Na prática, isso significa que 107 mil paranaenses deixaram a situação de insegurança alimentar em apenas um ano. Em números absolutos, 3,71 milhões de moradias paranaenses tiveram acesso adequado à alimentação em 2024, 153 mil a mais do que em 2023.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, destacou o bom resultado alcançado pelo Paraná, fruto de uma atuação conjunta entre os setores público e privado.
“Esse evento é justamente para celebrar o combate à fome e o avanço na segurança alimentar, mas, acima de tudo, reconhecer o trabalho feito em parceria com cooperativas e associações, que têm ajudado a melhorar a vida do produtor rural e da nossa população mais vulnerável”, disse.
“O associativismo e o cooperativismo são muito fortes no Paraná, sendo que as maiores cooperativas do Brasil estão aqui. Quem garante a segurança alimentar é o produtor, é o homem, a mulher do campo, que todos os dias plantam e colhem.
Por isso, precisamos também valorizar e cuidar bem deles”, complementou o secretário.
Programas
Estado desenvolve diversas ações que visam a segurança alimentar do povo paranaense, sobretudo da população mais vulnerável.
Nesse aspecto, uma das iniciativas mais emblemáticas é o Banco de Alimentos Comida Boa, que distribui alimentos excedentes da Ceasa Paraná em condição adequada de consumo, como frutas e verduras, que são minimamente processados, embalados a vácuo e repassados diretamente a famílias ou instituições assistenciais parceiras.
Ao todo, mais de 600 toneladas são doadas por mês, o que representa um volume anual de 7,5 mil toneladas de alimentos.
A iniciativa deu tão certo que foi reconhecida internacionalmente. Em 2024, o projeto recebeu o Stevie Awards em Istambul, na Turquia, um dos principais prêmios empresariais internacionais, criado em 2002 para valorizar as contribuições sociais de organizações do mundo todo.
A premiação foi conquistada pela Ceasa, que levou o ouro na categoria de empresa do ano de alimentos e bebidas de médio porte durante o 21º Annual International Business Awards.
“O Paraná é um exemplo mundial na redução do desperdício e na promoção da segurança alimentar.
A Ceasa evita, por ano, o desperdício de mais de 7,5 mil toneladas de alimentos, que atendem 160 mil pessoas por mês com esses produtos, um programa que já está sendo copiado por outros países”, explicou o diretor-presidente da Ceasa Paraná, Eder Eduardo Bublitz.
“O Banco de Alimentos recupera aquilo que antes seria desperdiçado. Esses produtos são destinados a instituições filantrópicas, hospitais, casas lar, associações de moradores e outras entidades sociais.
Já a parte que não pode ser aproveitada para consumo humano é encaminhada a criatórios de animais silvestres e zoológicos, onde serve de alimento para os animais. Isso aumenta a eficiência administrativa dessas instituições, pois reduz gastos públicos e permite que o dinheiro economizado seja usado em outras atividades”, concluiu Bublitz.
Outro programa estadual de destaque nessa linha é o Coopera Paraná, que recebe investimento de R$ 100 milhões por ano.
Trata-se de uma ação com o objetivo de fortalecer as organizações da agricultura familiar para se tornarem cada vez mais instrumentos de melhoria da competitividade e da renda, com financiamento de infraestrutura, máquinas e equipamentos.
O programa prioriza ações de assistência técnico-gerencial, capacitação de dirigentes, técnicos e quadro social, e promoção à comercialização e acesso a mercados. Os trabalhos são realizados em parceria entre órgãos públicos e privados.
Já o Compra Direta Paraná conta, todos os anos, com R$ 77 milhões para aquisição de gêneros alimentícios de cooperativas ou associações da agricultura familiar, que fazem a entrega direta à rede socioassistencial do Estado, como restaurantes populares, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos, hospitais filantrópicos, entre outros.
O Leite das Crianças, cujo investimento é de R$ 168 milhões por ano, tem como foco o combate à desnutrição infantil, fornecendo diariamente 1 litro de leite enriquecido com vitaminas A, D e ferro quelato para crianças de seis a 36 meses pertencentes a famílias em situação de vulnerabilidade social.
Em 2024, foram distribuídos aproximadamente 36,5 milhões de litros de leite de 4,5 mil produtores em quase 1,3 mil pontos de distribuição espalhados pelo Estado, atendendo cerca de 100 mil crianças.
O maior investimento em segurança alimentar, porém, abrange a alimentação escolar. São R$ 600 milhões, sendo R$ 250 milhões para a agricultura familiar, investidos para merenda de cerca de um milhão de estudantes nos mais de 2 mil colégios estaduais.
O Governo do Paraná criou, em 2020, o Mais Merenda, que oferece três refeições por período, reduzindo a insegurança alimentar em uma fase da vida em que se alimentar bem é fundamental para o desenvolvimento.
O Paraná foi o primeiro estado a cumprir a meta de destinar 30% dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para a aquisição de alimentos da agricultura familiar, aplicando 100% dos recursos federais na compra de agricultores familiares, priorizando aqueles próximos das escolas, assentados, indígenas, quilombolas e mulheres.
Data mundial
A data de 16 de outubro foi instituída em 1979 pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como o Dia Mundial da Alimentação.
O objetivo é conscientizar a população global sobre a importância da alimentação saudável e da segurança alimentar, e marca também o aniversário de criação da própria FAO, em 1945, reforçando o compromisso internacional de erradicar a fome, promover dietas equilibradas e fortalecer sistemas alimentares sustentáveis.
Todos os anos, o Dia Mundial da Alimentação adota um tema central que reflete os desafios atuais da produção e do consumo de alimentos, como a preservação do meio ambiente, a valorização da agricultura familiar e o combate às desigualdades no acesso à comida.
Neste ano, o tema é “De mãos dadas por melhores alimentos e um futuro melhor” e envolve governos, escolas, organizações e comunidades em ações educativas e campanhas de mobilização social. (As informações são da Agência Estadual de Notícias)