A Polícia Científica do Paraná (PCIPR) tem contado com um importante aliado nas operações em campo.
O módulo móvel multifuncional, pioneiro no Brasil, projetado e desenvolvido pela própria instituição, em conjunto com a Gestão de Frota e a Divisão Operacional, destaca-se por reunir, em uma única estrutura, diversas funções essenciais ao trabalho pericial.
Especialmente em situações de grande complexidade, como no caso da explosão ocorrida em uma fábrica em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, que vitimou nove pessoas.
O veículo pode atuar como laboratório móvel, consultório, posto de comando, almoxarifado e base de operações, conforme a necessidade da missão.
A proposta permite que a Polícia Científica leve sua estrutura para os mais diversos cenários em todo o Estado, garantindo resposta rápida e eficiência nas perícias em campo.
“As principais diferenças são a mobilidade e a adaptabilidade”, destaca o chefe da Divisão Operacional da PCIPR, Leonel Letnar.
“A capacidade de levar o posto de trabalho ao local agiliza todo o procedimento e, em alguns casos, permite até a conclusão imediata do laudo pericial em campo”.
O módulo móvel foi desenvolvido para permitir a atuação simultânea em diferentes funções, o que amplia sua versatilidade e torna o equipamento adequado a diversos tipos de operação.
A estrutura interna é modular e configurável, podendo ser adaptada conforme o tipo de atendimento.
Assim, o veículo pode funcionar, por exemplo, como um laboratório para exames ou como base para forças-tarefa voltadas à coleta de perfis genéticos, perícias ambientais, identificação veicular, entre outras.
“O posto acelera o trabalho em campo ao integrar, no próprio local da ocorrência, tudo o que a equipe precisa: profissionais, materiais, equipamentos e a gestão adequada dos vestígios.
Essa centralização reduz o tempo de resposta e evita múltiplos deslocamentos, que podem atrasar a conclusão das etapas. Na prática, a operação acontece onde é mais necessária — no ponto da ocorrência —, com menos interrupções e maior foco nas atividades periciais”, ressalta o chefe da Divisão Operacional.
Entre os diferenciais técnicos, o módulo conta com internet, energia autônoma, rede cabeada a bordo e suporte logístico completo.
Esses recursos garantem comunicação contínua, acesso a áreas remotas e infraestrutura estável para a coleta e a transmissão de dados diretamente em campo, além de permitir o uso de diferentes equipamentos laboratoriais.
Operação em campo
Um dos exemplos mais marcantes da aplicação do módulo foi durante o atendimento à explosão ocorrida em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, em agosto, quando a unidade permaneceu no local durante todo o período de operação.
O veículo funcionou como centro operacional das equipes periciais, abrigando a sala de controle, o almoxarifado e a central de custódia, além de oferecer apoio, garantindo condições adequadas de higiene e alimentação às equipes.
“A partir dele, operamos a sala de controle, elaboramos documentos essenciais e mantivemos uma central de custódia temporária dos vestígios.
O módulo proporcionou autonomia e agilidade, permitindo que a equipe pericial trabalhasse com segurança e eficiência”, explica Letnar.
Ele destaca que o projeto tem despertado interesse de outras Polícias Científicas do país, que já manifestaram intenção de adotar iniciativas semelhantes.
“Durante uma visita técnica recente, dirigentes de diferentes estados elogiaram o modelo paranaense e destacaram sua aplicabilidade em situações de crise e em locais de difícil acesso”. (As informações são da Agência Estadual de Notícias)