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Política 19/09/2022

Ensino público no PR tem desempenho cada vez mais próximo do sistema privado, segundo Ideb

O rendimento dos alunos da rede pública de ensino do Paraná nunca esteve tão próximo do aproveitamento dos estudantes matriculados em escolas particulares do Estado

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Ensino público no PR tem desempenho cada vez mais próximo do sistema privado, segundo Ideb

O rendimento dos alunos da rede pública de ensino do Paraná nunca esteve tão próximo do aproveitamento dos estudantes matriculados em escolas particulares do Estado. É o que mostra o mais recente levantamento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado nesta sexta-feira (16) pelo Ministério da Educação. 

Nos anos finais do ensino fundamental, a distância que já foi de 2,1 pontos em 2017 (6,7 x 4,6) agora está em 1,3 ponto, queda de 0,8 (6,5 x 5,2). No Ensino Médio, a diferença era de 2,2 pontos em 2017 (5,9 x 3,7) e está em 1,5 com os resultados de 2021 (6,1 x 4,6). 

Esse é o melhor resultado alcançado pelos alunos paranaenses desde que o governo federal começou a aferir o desempenho dos estudantes por meio do Ideb, em 2005. Em 2007, por exemplo, a diferença entre os ensinos público e privado nos anos finais do ensino fundamental teve seu pico, com 2,5 pontos (6,5 x 4,0). 

Já no ensino médio, as maiores diferenças foram em 2005 (5,8 x 3,3) com 2,4 pontos  e 2007/2011 (6,1 x 3,7), com 2,4 pontos. Mas essa distância vem sendo achatada nos últimos anos com políticas educacionais mais modernas, avaliações periódicas, tecnologia e valorização dos profissionais.

Destaque

Uma das instituições que contribuiu para essa queda na diferença entre o sistema público e privado foi o Colégio Estadual São Pedro e São Paulo, de Campo Largo, na região metropolitana da capital. Com 6,1 de média, a instituição subiu seu índice que já era excelente, de 5,8.

“É uma notícia muito bem-vinda ao colégio, porque a gente se esforça bastante para mostrar o nosso potencial, nós podemos sim ser um dos melhores. O bom desempenho se deve a disciplina dos alunos, o esforço mútuo dessa simbiose da parte administrativa, pedagógica e os alunos”, comenta o estudante do 2º ano, Pedro Henrique de Souza. 

A professora de Língua Portuguesa do colégio, Márcia Marcheush, diz que os professores e equipe pedagógica ficaram muito felizes com a evolução. 

“Uma das atividades que nós realizamos que influencia bastante é o trabalho com a literatura. [Os alunos] Eles leem os livros e depois nessa comunidade de leitores, nós discutimos as ideias principais e realizamos atividades em sala e em casa. Com as atividades prontas, a gente mede quais são as dificuldades e os desafios, os conteúdos que não são dominados e que precisam ser trabalhados com mais enfoque”, explica.

Investimentos

A crescente melhora nas notas também se deve em boa parte aos recentes investimentos no ensino protagonizados pelo Governo do Estado. Durante a gestão Ratinho Junior, a rede estadual passou a oferecer aulas de robótica, educação financeira e programação, entre outras especialidades. Há, ainda, a intensificação do uso de tecnologias, como aplicativos voltados para a aprendizagem de um segundo idioma (inglês) e de inteligência artificial para a correção de redações.

Os alunos contam ainda com a possibilidade de realizar intercâmbios internacionais por meio do programa Ganhando o Mundo. O projeto foi desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) e oferece a estudantes do Ensino Médio uma formação em instituições de ensino estrangeiras que tenham curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil. Os jovens são selecionados com base em um ranking de melhores notas entre as escolas estaduais.

A primeira turma, com 100 adolescentes, passou alguns meses deste ano estudando no Canadá, e a segunda está na Nova Zelândia. EUA, Inglaterra e Austrália também estão no raio do programa, que será ampliado para 2023. 

Como forma de aperfeiçoar o idioma e se preparar para o intercâmbio internacional, os selecionados têm também acesso a um curso de inglês via aplicativo, ofertado em parceria com as universidades estaduais vinculadas à Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Mestres

Outra vertente da política estadual se dedicou a melhorar as condições de trabalho de professores, auxiliares e diretores. Ou seja, como em um ciclo virtuoso, ao investir nos professores, com um aumento salarial que chega a 48,7% para os mais de 22,4 mil docentes que formam a base ativa da categoria, o Governo do Estado buscou melhorar a qualidade programática oferecida dentro das salas de aulas.

Atualmente o piso salarial no Paraná é de R$ 5.545. Antes era de R$ 3.730. Reajuste médio de 20%, que representou investimento de R$ 674,4 milhões, bancado em parte com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). (Com assessoria)