O Paraná Trifásico alcançou uma marca importante neste mês. O programa que aumenta a qualidade e a segurança da transmissão energética no campo ao substituir as linhas monofásicas pelas trifásicas chegou a 25% de redes construídas. Ou seja, já estão prontos 6,4 mil quilômetros de um total de 25 mil quilômetros previstos para serem instalados no Estado até 2025.
O anúncio do cumprimento da meta por parte da Copel foi feito pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior na sede da LAR Cooperativa Agroindustrial, nesta sexta-feira (10), em Medianeira, na região Oeste.
“Estamos aqui para fazer uma prestação de contas, mostrar que o programa está seguindo o cronograma à risca. O agronegócio é a base desse estado e o que faz do Paraná uma potência, por isso nós como agentes públicos precisamos fazer com que a infraestrutura ajude o setor a avançar cada vez mais”, afirmou Ratinho Junior.
O governador destacou que o projeto iniciado em 2020 já foi concluído em 239 cidades de todas as regiões, o que representa cerca de 60% de todos os 399 municípios do Paraná. “Vamos avançar até chegar a 25 mil quilômetros. A velocidade não pode ser maior porque está faltando cabos. Não há cabos no Brasil para suprir a necessidade do Paraná, estamos precisando importar”, comentou.
O investimento da Copel no programa apenas em 2021 ultrapassará R$ 630 milhões. O custo total da ação é de R$ 2,1 bilhões. Até agora, de acordo com a companhia, 6.402 quilômetros já foram concluídos e outros 1.251 quilômetros estão com obras em andamento. O planejamento é que o programa alcance 10 mil quilômetros de redes trifásicas instaladas até o fim de 2022.
“É o maior investimento em energia da história do Paraná, não há nada igual no mundo. Com a qualidade do produto que fazemos, atestado pelo selo de livre de febre aftosa sem vacinação, com a sustentabilidade que faz do nosso Estado referência para o mundo e agora com energia e infraestrutura, o agronegócio do Paraná não vai parar de crescer”, disse Ratinho Junior. “Seremos cada vez mais o supermercado do mundo, oferendo a carne de porco mas também o bacon industrializado por cooperativas como a LAR”.
Benefícios
Na prática, toda a espinha dorsal da rede de distribuição no campo está sendo trifaseada, substituindo a tecnologia monofásica, que marcou a primeira grande revolução elétrica no Interior. Além de garantir energia de mais qualidade e com maior segurança, o programa proporciona o acesso do produtor rural à rede trifásica a um custo muito inferior ao que hoje é pago.
“Esse programa faz com que o agricultor não perca sua produção por causa da falta de energia. Não haverá mais porcos, peixes ou frangos mortos por quedas de energia. Isso atende a uma premissa do governador Ratinho Junior, de a Copel investir no Paraná, cuidar do nosso quintal”, disse Daniel Slaviero, presidente da Copel.
As redes isoladas atuais, monofásicas, sofrem mais com as quedas de energia. Com o trifaseamento, haverá interligação entre essas redes e a criação do efeito redundância no fornecimento. Ou seja, redes que hoje estão próximas, porém não se “conversam”, passarão a ser interligadas. Assim, se acabar a energia em uma ponta, a outra garante o abastecimento. E, em caso de desligamentos, os produtores rurais terão o restabelecimento da energia mais rápido.
Com o programa, a Copel melhora a qualidade no fornecimento de energia para o campo, renova seus ativos e garante mais segurança aos seus funcionários e à população. Os novos cabos com capa protetora isolante têm nível de resistência reforçada quando atingidos por galhos de árvores ou outros objetos. Os antigos cabos eram “nus”.
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“Com o programa, a Copel atende uma missão de ajudar no desenvolvimento do Paraná, dando suporte enérgico para o crescimento do Estado”, explicou o diretor-geral da Copel Distribuição, Maximiliano Orfali.
Dono de uma pequena propriedade em Toledo, também na Região Oeste, Gabriel Firtzen, de 66 anos, aguarda com expectativa pela mudança na rede que abastece com energia a granja de frangos. Na atividade desde 1993, ele vê na troca da mono pela trifásica a chance de reduzir custos – e alguns sustos. “A qualidade da linha é maior, o que vai fazer com que se queime menos motores. O monofásico judia quando tem falta de energia”, explicou o produtor, um dos cooperados da LAR.
“Essa nova rede é 100% melhor para quem é do campo. O produtor vai gastar menos e ter uma energia garantida, que não cai fácil”, acrescentou Alírio Kerber, 73 anos, produtor de Santa Helena, no Oeste paranaense.
Todas as regiões
Os mais de 6,4 mil quilômetros de redes de energia trifásicas construídas estão espalhados por todas as regiões do Paraná. Em 2021, foram concluídos 1.475 quilômetros na Região Centro-Sul, além de outros 301 quilômetros que estão em execução; 1.224 quilômetros na Região Leste e mais 116 quilômetros em obras; 981 quilômetros na Região Norte e mais 145 quilômetros em construção; 1.129 quilômetros na Região Noroeste e mais 201 quilômetros que estão em obras; 998 quilômetros na Região Oeste e mais 399 quilômetros que estão sendo construídos; e 596 quilômetros na Região Sudoeste e mais 89 quilômetros em processo de instalação.
“Não pode haver oscilação, a energia precisa de ser de qualidade, é um insumo fundamental para a roça. Por isso esse esforço do Estado para transformar a rede em trifásica”, destacou o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara.
Investimentos
O Paraná Trifásico envolve R$ 2,1 bilhões e faz parte do maior pacote de investimentos da história da Copel Distribuição junto ao programa Rede Elétrica Inteligente. O aporte nesse segundo é de R$ 820 milhões, recurso utilizado para implementar medidores inteligentes em 4,5 milhões de unidades consumidoras (casas e empresas), além das novas subestações de energia que estão em construção.
A companhia projeta investir ainda mais R$ 2,067 bilhões nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia em 2022. A maior parte do montante vai beneficiar a área que atende o consumidor final – a distribuição de energia.
A ampliação e melhoria da rede de distribuição da Copel, que atende 393 dos 399 municípios do Paraná, receberão 77% dos recursos – R$ 1,634 bilhão, o maior investimento total da história da companhia, cerca de três vezes maior do que a média de 2015 a 2018.
“Estes investimentos vão garantir a continuidade do plano de modernização da nossa rede de distribuição, reforçando a capacidade de fornecer energia com qualidade e o mínimo de interrupções possível, e buscando consolidar nossa posição como melhor distribuidora de energia do País”, afirmou Slaviero. (Com assessoria)