A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o ideal é não ultrapassar o limite de 2 gramas de sódio por dia, o equivalente a 5 gramas de sal. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, este consumo chega a cerca de 12 gramas de sal/dia em média e esse consumo exagerado está relacionado a diversos problemas de saúde. É o que explica o médico cardiologista do Pilar Hospital, Dr. José Carlos Tarastchuk. “Os alimentos, por si, só possuem uma quantidade natural de sódio em sua composição, além do sódio que vem ‘escondido’ nos industrializados”, alerta.
O sal em excesso causa hipertensão, que é a maior responsável pelos casos de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto. Também pode comprometer a função renal, causando perda progressiva e irreversível de suas funções.
“Quanto mais hipersódica for a alimentação, maior os riscos de o indivíduo desenvolver hipertensão ao longo dos anos. No Brasil, 30% da população é atingida por esse mal, número que pode dobrar quando falamos da população acima de 60 anos. E aquilo que contribui para a pressão sanguínea pode sempre afetar os rins”, explica.
Além disso, se somado a uma dieta muito rica em proteínas e baixa quantidade de água, o sal em excesso pode ser ainda mais prejudicial aos rins. “O recomendado é ingerir no máximo 6 gramas de sal por dia (que equivale a 2,4 gramas de sódio), e beber água, pois isso ajuda o corpo de várias formas e, principalmente, depois de consumir muito sal. Ela vai ajudar na eliminação do sódio extra”, reforça o cardiologista.
Para o especialista, o importante é cortar o sal tanto de mesa quanto aqueles escondidos nos alimentos e temperos prontos. Investir em comidas naturais e orgânicas como frutas e vegetais é uma boa opção.
“Manter os níveis de sódio do organismo em equilíbrio é essencial para a saúde e para o bem-estar. Um dos primeiros sintomas de quem come muito sal é o inchaço, coisa que incomoda muito, principalmente, as mulheres, já que ele pode também causar alteração de paladar, ganho de peso, edemas e a piora dos sintomas da TPM, entre outros”, orienta.
Quando falamos do sal em excesso na alimentação, não estamos apenas chamando atenção para a quantidade colocada no prato. Um dos maiores perigos da alimentação moderna é o teor de sódio escondido nos alimentos industrializados.
Até mesmo aqueles considerados “lights” podem conter grandes quantidades de sódio, por isso é importante fazer a leitura dos rótulos dos alimentos, pois todo produto processado deve trazer a indicação da quantidade de sódio no quadro de informações nutricionais.
“Produtos industrializados, temperos prontos, molhos prontos, alguns refrigerantes, sopa prontas, enlatados, defumados, embutidos, sucos de caixinha, todos requerem consumo muito moderado, até porque o sódio é utilizado como conservante em grande parte desse tipo de alimentos para aumentar o tempo de ‘validade’”, explica o cardiologista.
Para ajudar a combater o sal consumido em excesso três coisas são importantes: fazer exercícios, se alimentar bem e manter-se hidratado.
“Fazer exercícios físicos aeróbios pode ser a melhor defesa contra os efeitos do sal. O suor pode levar embora o excesso de toxinas e impurezas do nosso organismo e a hidratação é um bom complemento. Além disso, investir em alimentos naturalmente ricos em potássio, como vegetais folhosos e banana, por exemplo, podem ajudar também”, conclui. (Com assessoria)