Aos poucos, a safra de soja 20/21 chega ao Porto de Paranaguá. O movimento de caminhões que descarregam o produto nos terminais paranaenses se intensifica e deve chegar aos 2 mil veículos por dia, a partir da primeira semana de março. A expectativa é receber cerca de 2 milhões de toneladas no mês.
“Houve certo atraso devido às condições climáticas enfrentadas no campo, durante o plantio e o desenvolvimento da lavoura. Historicamente os meses de janeiro e fevereiro têm um movimento menor, então é um período que aproveitamos para realizar obras de manutenção na estrutura de escoamento”, diz o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
No dia 1º de fevereiro, apenas 221 caminhões passaram pelo Pátio de Triagem de Paranaguá. No dia 11, o movimento chegou a 793 veículos, mas foi só a partir do dia 14 que passou dos mil caminhões, chegando a mais de 1,7 mil. Este mês, cerca de 500 mil toneladas de soja chegaram para descarga nos terminais paranaenses.
“A tendência é que o movimento de chegada da soja se intensifique e o ano não deve ter muita folga para o escoamento dos graneis de exportação. Vamos trabalhar com o pátio girando na capacidade máxima pelos próximos de cinco a seis meses”, avalia André Maragliano, que representa a Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp).
Melhorias
A Leste do cais do Porto de Paranaguá, a soja é escoada pelo Corredor de Exportação (Corex). Nos últimos meses, a estrutura do complexo passou por manutenção. Em parceria com os operadores, foram realizados os ajustes e melhorias necessárias para atender a demanda que deve se intensificar.
O diretor de operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Junior, diz que além das manutenções preventivas, o Corex passou por manutenções corretivas, preditivas e adequações para ganhos nos processos produtivos.
“Nos dois últimos meses, a Portos do Paraná e todos os terminais envolvidos prepararam suas estruturas para o período de aumento de embarque. Todas as manutenções foram feitas e todos os processos foram revistos para a implantação de melhorias”, afirma o diretor.
Os esforços públicos, em todo o cais, aumentaram a confiança dos operadores, que fizeram aportes em novos equipamentos, ampliação da estrutura de armazenagem e melhorias nas moegas e descargas rodoviárias e ferroviárias.
No lado oeste do porto, um novo terminal integrado dará ainda mais força para o escoamento dos graneis. O investimento privado veio depois que o Governo do Estado ampliou o cais de atracação do berço 201.
Ao largo
Em relação aos navios, nesta terça-feira (23), três navios carregam soja no Porto de Paranaguá (dois no Corex e um no berço 204) e outros três estão programados para atracar nos próximos dias, todos nos berços do Corredor Leste (Corex). Já em line up, aguardando a programação, são 2 navios para o Corex e 1 para o berço 201 (Corredor Oeste).
Estão em porto, aguardando o produto, 20 navios para o Corredor Leste, e outras 15 embarcações estão anunciados para chegar e carregar a oleaginosa no porto paranaense.
Campo
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a colheita no Estado do Paraná está em torno de 5% da área plantada (no ano passado, nesta época, a colheita era em torno de 30%). A previsão, atualmente, é de produção de uma safra de soja de cerca de 20,4 milhões de toneladas.
“Não só no Paraná, mas em quase todos os estados produtores, a colheita está atrasada. Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, todos tiveram problemas climáticos que causaram atraso no plantio e, agora por último as chuvas do mês de janeiro vieram atrapalhar o início da colheita”, destaca Marcelo Garrido, economista do Deral.
Segundo ele, diante do atraso, a pressa para o escoamento é grande. “Quanto antes o produtor colher ele já encaminha, conforme o comprometido nos contratos assinados. Apesar do atraso, a produção será alta e a perspectiva do produtor é boa, até porque os preços se mantêm altos”, afirma Garrido.
Além da produção do Paraná, pelo Porto de Paranaguá são escoadas parte das produções de soja dos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. (Com assessoria)