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Política 11/04/2017

Autoridades e produtores garantem que a carne produzida no Paraná é de ótima qualidade

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Deputados, representantes de órgãos públicos ligados à agricultura e à pecuária, além de lideranças da indústria de carnes e derivados do Paraná, debateram na manhã desta terça-feira (11), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, reflexos e impactos da “Operação Carne Fraca”, da Polícia Federal, para a economia paranaense e nacional.

O encontro, proposto pela Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda, presidida pelo deputado Marcio Pauliki (PDT), buscou esclarecimentos técnicos sobre a operação. Também fizeram parte da organização do evento os deputados Nelson Luersen (PDT), da Frente Parlamentar do Transporte Rodoviário de Cargas; Pedro Lupion (DEM), da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e Anibelli Neto (PMDB), do Bloco Parlamentar da Agricultura Familiar.

Atingiu a imagem

O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, afirmou, em sua participação na audiência, que a Operação Carne Fraca atingiu a boa imagem que o setor vinha construindo ao longo dos anos perante o mercado internacional de carnes e derivados.

“Estou certo de que 99,9% das nossas unidades de produção de carnes têm boas práticas de qualidade, controle e higiene, para produzir proteína animal que é enviada para cerca de 160 países. O lado bom da operação é que expurgou do setor fiscais e empresários que cometeram algum tipo de corrupção. Agora é trabalhar para recuperar a confiança do mercado”, disse Ortigara.

Pontuais e isoladas

Inácio Kroetz, diretor-presidente Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, declarou que as situações reveladas pela operação da Polícia Federal são pontuais e isoladas, e que agora é o momento em que o setor de produção de carnes do Paraná precisa mostrar ao mercado internacional que está agindo para combater esses acontecimentos pontuais.

“O mundo não quer saber do problema que nós temos. Ele quer saber como nós lidamos com ele e o que nós fazemos para que esse problema não se repita. O que importa agora é oferecer o que o mercado internacional quer, que é transparência, agilidade, prontidão, prevenção e comunicação. Isso trará de volta credibilidade aos nossos produtores de proteína animal”, complementou

Cooperação

Para o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos e do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná, Péricles Salazar, as irregularidades apontadas na Operação Carne Fraca devem ser combatidas. Salazar também ressaltou que as instituições que ele representa são favoráveis ao reforço da fiscalização e monitoramento às indústrias de carnes e derivados do estado.

“Nós só não admitimos que o Ministério da Agricultura mantenha restrições a algumas empresas que geram milhares de empregos. Por isso, sugiro aos nossos deputados estaduais e federais que formemos um círculo de cooperação no sentido de nós solicitarmos aos técnicos do Ministério da Agricultura que viabilizem a reabertura imediata dessas empresas”,

Cautela

O superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Paraná, Alexandre Bastos, ressaltou que a pasta não tem medido esforços para apurar os acontecimentos ocorridos com as empresas paranaenses envolvidas na Operação Carne Fraca.

“Nós estamos adotando uma postura de cautela em relação às investigações para preservar a cadeia produtiva de proteína animal no estado. As nossas ações têm sido no sentido de tentar restabelecer a confiança do mercado. Mas, logicamente, não estamos deixando de tomar atitudes em relação aos problemas pontuais apontados pela Operação. E são essas atitudes também que fortalecem essa relação de confiança entre o mercado e a indústria paranaense de carnes”, explicou.

A operação

A Operação Carne Fraca foi deflagrada no último dia 17 de março pela Polícia Federal e apura um suposto esquema de fraude na produção, fiscalização e comercialização de carnes, envolvendo pagamento de propina a fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

A investigação teria encontrado indícios de adulteração de produtos e venda de carne vencida e estragada. A procuradora-chefe do Ministério Público Federal no estado do Paraná (MPF-PR), Paula Cristina Conti Thá, afirmou em sua participação na audiência que as investigações da operação ainda estão em andamento.

“O MPF acompanhou a investigação desde o início. E continua acompanhando na fase de inquérito, mas a ação penal eventualmente será proposta após a conclusão da investigação. Temos que esclarecer que essa operação é sobre crimes contra a administração pública. O foco inicial jamais foi a qualidade da carne. Quero registrar que o MPF quer proteger o agronegócio do Paraná, tanto quanto qualquer outro setor do nosso estado que venha enfrentando problemas em face de atos criminosos”, afirmou a procuradora.

Segundo o deputado Marcio Pauliki, os efeitos da Operação Carne Fraca são um problema nacional que atinge seriamente o Paraná, já que de um total de 21 empresas envolvidas, 18 estão localizadas em território paranaense. “Queremos que ocorram as punições, que se culpem os responsáveis, mas queremos também que essa operação se conclua de forma rápida, para que nós possamos afastar as incertezas. Não podemos perder mais empregos e renda no Paraná por causa dessa investigação”, concluiu o parlamentar.

Presenças

Também participaram da audiência os deputados Guto Silva (PSD), Claudio Palozi (PSC), Luís Corti (PSC), Ademir Bier (PMDB) e Marcio Nunes (PSD); além de representantes de entidades como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP); da Emater; da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar); da Vigilância Sanitária Estadual; da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e do Sindicato dos Médicos Veterinários do Estado Paraná. (Fonte: Alep)