O Museu Campos Gerais, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (MCG-UEPG), está com duas exposições em cartaz. Desde maio e até 15 de setembro, data do aniversário de Ponta Grossa, visitantes podem conferir a exposição “Duzentos”, em celebração ao bicentenário da cidade. A exposição foi produzida pelo artista plástico Élio Chaves e montada pela equipe do Museu, com peças do seu acervo e de instituições parceiras. Além disso, “Muirapiranga no Paraná” traz obras com inspiração indígena até o fim de julho.
Duzentos
O objetivo da exposição Duzentos é apresentar a história de Ponta Grossa com diferentes perspectivas, períodos e aspectos socioculturais, representados por itens religiosos, esportivos e culturais que compõem o acervo do Museu. A organização da exposição não segue uma ordem linear de acontecimentos e opta por dar destaque a grupos, instituições, locais e aspectos diversos da história do município.
Os períodos históricos representados na exposição são diversos. Ao entrar no MCG, os visitantes se deparam com um núcleo da exposição dedicada aos povos originários que habitavam a região há milhares de anos, com o objetivo de ressaltar que a presença humana em Ponta Grossa é superior à fundação da cidade.
Também há espaços dedicados a acontecimentos de diversos períodos, a exemplo da trajetória da UEPG e expoentes da educação local; o desenvolvimento das ferrovias; a tradição rural da região; conquistas do Operário Ferroviário Esporte Clube; o surgimento do movimento hip-hop na periferia, grupos culturais e diversas manifestações religiosas praticadas no município.
O diretor do MCG, professor Niltonci Batista Chaves, destaca que o objetivo não é de construir uma narrativa “oficial” para o aniversário da cidade, e por isso se optou por dar voz para sujeitos que expressam a multiplicidade social e cultural de Ponta Grossa. “Como um museu universitário, ligado aos princípios fundamentais de uma universidade pública, é obrigação do MCG abrir espaços para diferentes grupos, atores e instituições que compuseram a história da cidade nesses duzentos anos”, enfatiza.
O trabalho do MCG se baseia na definição função essencial de um museu contemporâneo, segundo o Conselho Internacional de Museus, pela qual é essencial construir exposições que apostem na inclusão e na diversidade social e cultural. “Entendemos que se não fosse assim, uma exposição sobre os duzentos anos de Ponta Grossa não faria sentido”, ressalta o diretor.
Inspirações da floresta
Além da mostra “Duzentos”, o MCG inaugurou na noite de 29 de maio a exposição “Muirapiranga no Paraná”, da artista plástica curitibana Elizabeth Titton. A exposição é composta por 21 esculturas e 15 gravuras, com forte inspiração nas formas de arte indígena, sobretudo da região do Xingu, na Amazônia. O nome da mostra é inspirado em uma árvore amazônica homônima, cujo tronco de coloração avermelhada em seu interior inspirou os tons utilizados nas obras da exposição.
“É sempre uma alegria poder compartilhar meu trabalho com um novo público. O MCG além de ser um espaço da universidade pública, é um braço que abraça a comunidade como um todo”, exalta a artista sobre a sua primeira exposição em Ponta Grossa. “Muirapiranga no Paraná” ficará em exibição no MCG até 29 de julho. (Com assessoria)