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Política 31/05/2022

Fazenda aponta riscos nas contas com mudanças na tributação em apresentação na Alep

Secretário de Estado da Fazenda, Renê Garcia Junior, apresentou em audiência pública nesta segunda (30), na Assembleia Legislativa do Paraná, o Relatório de Gestão Fiscal do 1º Quadrimestre de 2022

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Fazenda aponta riscos nas contas com mudanças na tributação em apresentação na Alep

O secretário de Estado da Fazenda, Renê Garcia Junior, apresentou em audiência pública nesta segunda-feira (30), na Assembleia Legislativa do Paraná, o Relatório de Gestão Fiscal do 1º Quadrimestre de 2022. Ele discorreu sobre o cenário econômico/fiscal que pode se tornar o mais desafiador da história com a aprovação do projeto que unifica e reduz a alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de combustíveis, transportes, energia e telecomunicações.

Com aprovação, o impacto potencial sobre as receitas paranaenses chegará em R$ 6,33 bilhões/ano, o que significa uma redução de 17,4% na arrecadação de ICMS do Paraná prevista na Lei Orçamentária Anual 2022 (LOA). Esse valor equivale a "quatro pandemias da Covid-19" nas contas públicas – em 2020 o Estado registrou uma perda total de R$ 1,48 bilhão na arrecadação. Naquele ano, medidas foram tomadas para amenizar os prejuízos, como transferências da União. Agora, segundo a Fazenda, a crise será permanente nas finanças públicas.

De acordo com o secretário, o Paraná tenta manter o equilíbrio das contas públicas e financiamento de investimentos e serviços públicos. Mas o cenário, caso haja renúncia de fontes prioritárias em sua arrecadação, é grave.

“O cenário de equilíbrio que o Estado se encontra pode acabar. A pressão do projeto que tramita no Congresso é enorme e provoca riscos fiscais nos orçamentos estaduais, apresentando incertezas para a política econômica do Paraná. Vai afetar diretamente os repasses obrigatórios com municípios, outros Poderes e Fundeb”, disse Garcia.

No contexto de incertezas, o secretário também apontou a Guerra na Ucrânia, com elevação nos preços e redução na perspectiva da atividade econômica global em 2022, como fator preocupante – o Fundo Monetário Internacional (FMI) já reduziu as perspectivas de crescimento para a economia. No cenário nacional, segundo ele, a inflação de 12,1% e a taxa básica de juros a 12,7% seguem influenciando negativamente a atividade econômica nacional, limitando o poder de compra do brasileiros.

Receitas e despesas

Na questão orçamentária atual, a aceleração inflacionária influenciou positivamente a receita tributária. Na arrecadação de impostos (ICMS, IPVA e ITCMD), houve um crescimento de 25% (R$ 11,9 bilhões) em valores nominais e 11% em valores reais (descontados da inflação) em comparação ao mesmo período de 2021 (janeiro a abril).

Por outro lado, a normalização dos serviços públicos, a necessidade de ampliação dos investimentos e o aumento da taxa básica de juros pressionaram o serviço dos estados com a dívida pública. As despesas correntes do Governo tiveram aumento de 15%. Foram R$ 15 bilhões entre janeiro e abril deste ano, ante R$ 13,1 bilhões do mesmo período do ano passado. Houve, ainda, crescimento de 10,7% das despesas relacionadas à Insuficiência Financeira da Previdência na comparação com o mesmo período do 2021.

A carga sobre Juros e Encargos da Dívida aumentou 21% para o Estado. Só no primeiro quadrimestre deste ano foram quitados, em juros, R$ 568 milhões da dívida contratual, que estava em R$ 23 bilhões no mês abril.

Os investimentos do Estado superam R$ 1,1 bilhão, aumento de 54% em relação aos R$ 729 bilhões registrados no primeiro quadrimestre de 2021. Obras de infraestrutura urbana, infraestrutura rodoviária e meio ambiente concentraram os maiores recursos.

Covid-19

Neste primeiro quadrimestre, o Estado precisou aportar R$ 58 milhões de fonte livre para poder fazer frente às necessidades da pandemia e cobrir os recursos que foram destinados pela LC 173/2020 (lei que instituiu os repasses da União para reequilíbrio das contas estaduais pela Covid-19). As receitas destinadas exclusivamente ao combate à doença, no entanto, continuam em trajetória de queda com a melhora do cenário e a vacinação.

Gestão

Segundo a Secretaria da Fazenda, o Paraná segue bem ranqueado em gestão fiscal e mantém sua Capacidade de Pagamento no patamar B, indicador que garante ao Estado a garantia da União para empréstimos junto ao sistema bancário. Assim, os financiamentos garantem a manutenção dos investimentos, bem como operações de créditos e demais garantias. (Com assessoria)