Câmara critica aglomerações em mercados e sai em defesa dos pequenos empresários

Aglomeração a olhos vistos nas unidades das grandes redes de mercado em Ponta Grossa, enquanto os pequenos empresários sofrem com as medidas restritivas de contenção da pandemia, tendo que fechar as portas e ver suas atividades prejudicadas. Esse é o sentimento de parte da Câmara Municipal.

Na sessão desta segunda-feira (8), alguns vereadores criticaram o fato de as grandes redes poderem trabalhar normalmente, sem fiscalização para evitar aglomerações. Para os parlamentares, as medidas restritivas devem ocorrer, mas englobando a todos, sem privilégios.

O vereador Izaías Salustiano (PSB) levantou a discussão do assunto em discurso na Tribuna da Câmara. Ele sugeriu a apresentação de um ofício, direcionado ao Executivo, para que reveja as medidas restritivas.

"Não me parece justo que somente os pequenos empresários sejam prejudicados. Hoje todos sabem que as grandes redes de mercados vendem de tudo, não apenas alimentos. Ai vem o poder público e permite que fiquem abertos, enquanto o pequeno precisa fechar as portas. Não sou contra as medidas restritivas, sou a favor, mas se tem que fechar, que a obrigação seja para todos", afirmou Izaías.

Julio Küller (MDB) endossou as críticas, dizendo que o Legislativo precisa interceder pelos pequenos empresários, que estão cada vez mais debilitados, diante de uma concorrência desleal com as grandes redes. "Não vemos uma fiscalização ferrenha com os mercados. É preciso fiscalizar", afirma Küller.

O presidente da Câmara, Daniel Milla (PV), além de criticar o fato de que as medidas restritivas não estão sendo respeitadas pelos grandes mercados, que têm a permissão para abrir, sugeriu que a Câmara elabore um projeto de lei que regulamente a atuação desses grandes mercados. Para ele, uma das ações do projeto será no sentido de permitir que os pequenos comércios possam ficar abertos nos finais de semana, e que os grandes mercados não abram.

"Essa Casa de Leis precisa agir em defesa dos pequenos empresários. Temos que fazer um projeto que permita aos pequenos ficarem abertos, enquanto os grandes fechem as portas nos finais de semana. É uma atitude para salvar os comércios dos bairros da nossa cidade", justifica Milla.

Os vereadores Pastor Ezequiel Bueno (Avante) e Dr. Erick Camargo (PSDB) também teceram críticas ao modo como os mercados estão atuando durante a pandemia, se tornando locais de grandes aglomerações.

Foto: Arquivo Doc