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Destaques 26/05/2020

Especialistas avaliam como será a influência da internet na disputa eleitoral 2020

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Especialistas avaliam como será a influência da internet na disputa eleitoral 2020

Nos últimos anos, a internet ganha espaço no dia a dia das pessoas, diante da sua eficiência em comunicar e informar. Na última eleição, em 2018, os meios tradicionais de comunicação dividiram influência com essa nova ferramenta de comunicação, que mostrou ser eficaz na hora de definir o voto do eleitor.

Porém, não é toda população brasileira que possui acesso a este meio de informação. Em Ponta Grossa, 83 mil domicílios possuem acesso à internet, segundo dados da Agencia Nacional de Telecomunicações (Anatel). O Censo mais recente que informa o número de domicílios de Ponta Grossa, registra 94.849 domicílios particulares, e foi realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010. Mesmo com números de 2010, é considerável a quantidade de residências com acesso à internet, embora não atinja 100% da população.

Influência da rede digital

O Blog conversou com o ex-juiz e advogado especialista em Direito Eleitoral, Luiz Setembrino Von Holleben, sobre a influência de ferramentas digitais nas eleições deste ano. Ele acredita que as plataformas, através das lives, serão o novo palco da campanha eleitoral. Além disso, Setembrino afirma que com o novo coronavírus, os partidos devem passar a investir mais tempo e dedicação nesse formato de propaganda eleitoral.

Ao contrário do especialista em Direito Eleitoral, Fernando Durante, empresário e publicitário, vê força na internet, mas considera que os meios de comunicação tradicionais ainda são muito fortes na campanha eleitoral.

"Se só a internet resolvesse, o Facebook não estaria investindo pesado na mídia televisiva, como temos visto nos intervalos da TV", exemplifica Durante.

Durante também defende que as campanhas este ano serão mais "enxutas", com menos tempo de duração "com isso, os custos serão menores".

O exemplo das Eleições Nacionais de 2018

Sabe-se que as redes sociais foram fator relevante para levar o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, ao cargo de chefe da nação. Para José Mota, jornalista ouvido pelo Blog que atua na imprensa de São Paulo e trabalhou nas eleições nacionais de 2018, "o marketing digital e as comunicações em redes sociais com certeza beneficiaram muito Bolsonaro, e o partido pelo qual ele se candidatou na época, o PSL”.

Porém, o jornalista também explica que houve um movimento "anti-pt" que fortaleceu o candidato, que hoje é presidente. Por isso, para o jornalista, Bolsonaro não é o melhor exemplo para analisar a influência das mídias em campanhas eleitorais, já que existiram outras variáveis que levaram à vitória do candidato na corrida eleitoral. Mas, ao mesmo tempo, ele acredita na força do meio virtual.

"Por exemplo, partidos como Partido Social Democracia Brasileira (PSDB) e candidatos gigantes e históricos foram derrotados por campanhas eleitorais virtuais. Campanhas com pouco gasto e grande retorno", completa Mota.

As leis eleitorais referentes à internet 

Em entrevista para a TV Doc, o ex-juiz Luiz Setembrino explicou as regras eleitorais definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a internet.

Segundo ele, para impulsionamento em redes sociais, somente candidatos, coligações e partidos podem utilizar a ferramenta. Amigos e pessoas físicas serão penalizados e responderão como crime eleitoral caso utilizem desse dispositivo; é proibido que o cidadão comum difame no meio virtual algum candidato. Caso ocorra, a pessoa física também será penalizada; a divulgação e criação de fake news também é crime eleitoral. Quem propagar e criar as notícias falsas, responderá ao TSE.

Fake News

Um dos maiores problemas das fake news, as notícias falsas, é sua rápida propagação. Por isso, Setembrino explica que é de interesse do TSE que esse tipo de notícia não seja propagada. Pois, mesmo que seja responsabilizado quem cometer esse tipo de crime eleitoral, "pode levar até cinco anos para ser julgado, e ai o mandato do responsável já acabou, o que precisa ser feito é impedir a fake news assim que percebida".

O especialista em direito eleitoral define fake news como "grande estrago das eleições". Para ele, como a internet será a nova "vedete" destas eleições, todos estarão voltados para o meio digital. Assim, a forma de propagar fake news fica muito mais ampla.  Por isso, é importante o papel de cada cidadão e do TSE para impedir que estas notícias sejam replicadas.

"São para essas situações [das fake news] que o TSE está mais preparado, mais rápido quando é comunicado, e toma as medidas com maior urgência pra não haver prejuízo", finaliza Setembrino.