Vereadores bolsonaristas rejeitam Moção de Apoio à CPMI das Fake News

O plenário da Câmara rejeitou, por 10 votos a 6, uma Moção de Apoio apresentada pelo vereador Geraldo Stocco (PSD) ao trabalho de investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das “Fake News”, que tramita no Congresso Nacional, com a participação de deputados e senadores.

A intenção do vereador era manifestar o apoio do Legislativo Ponta-grossense aos parlamentares que conduzem a investigação em Brasília. Entretanto, o grupo de vereadores pró-Bolsonaro na Câmara considerou que a Moção de Apoio era uma manifestação de "quem perdeu a eleição e não se conforma".

Entretanto, na justificativa da Moção, Stocco colocou que a CPMI é importante para investigar e elucidar ataques cibernéticos que atentam contra a Democracia e o debate público; a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018, a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre agentes públicos e o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.

Investigação

Stocco não compareceu e teve a ausência justificada na sessão desta quarta. Assim, coube ao colega de partido, Pietro Arnaud (PSB), defender a aprovação da Moção de Apoio. Segundo ele, a Câmara, que tem como principal incumbência investigar questões envolvendo o Executivo, não poderia deixar de apoiar uma importante investigação que esta em curso no Congresso e que pretende expor os responsáveis por produção e propagação de notícias falsas durante a campanha presidencial de 2018.

Porém, para os bolsonaristas, a CPMI é meramente política e por isso não merece o apoio da Câmara de Ponta Grossa. Ricardo Zampieri (Republicanos) e Vinícius Camargo (PSD), por exemplo, afirmaram que são contra as fake news, mas não a favor da CPMI das Fake News. Eles consideram que a Comissão tem perseguido agentes políticos ligados ao Governo Bolsonaro.

Investigação na PF e STF

Em relação às fake news, além da CPMI no Congresso que investiga as notícias falsas durante as Eleições de 2018, também está em curso um inquérito de investigação por parte da Polícia Federal (PF), encabeçada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que visa esclarecer de onde partiram as fake news contra os ministros da Corte Suprema recentemente.

Tal investigação é tida como o motivo para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tomasse a decisão de trocar o diretor-geral da PF, e que levou à saída do ex-juiz Sergio Moro do Ministério da Justiça. Há suspeita de que os filhos de Bolsonaro e outros deputados governistas possam aparecer nesta investigação. O presidente nega qualquer interesse em querer intervir na PF.

Votaram pela rejeição:

Ricardo Zampieri (Republicanos), Florenal (PSD). Vinícius Camargo (PSD), Divo (PSD), Dr. Zeca (PSL), Felipe Passos (PSDB), Mingo (DEM), Pastor Ezequiel (Avante), Guiarone (PRTB) e Valtão (DEM).

Votaram pela aprovação:

Dr. Magno (PDT), Eduardo Kalinoski (SD), Jorge Magalhães (SD), Maurício Silva (PSDB), Pietro Arnaud (PSB) Rudolf Polaco (PSL).

Abstenção:

George Oliveira (Pros)

Ausentes:

Celso Cieslak (PRTB), Geraldo Stocco (PSD), Paulo Balansin (PSD), Professora Rose (DEM) Sebastião Mainardes (DEM).

Foto: Kauter Prado\Câmara