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Política 25/04/2016

Vereadores disparam contra presidente do Observatório Social e estudam ação no Judiciário

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[caption id="attachment_17226" align="alignright" width="474"]Mainardes Observatório Presidente Sebastião Mainardes informou que o Departamento Jurídico da Câmara vai analisar possível ação no Judiciário contra o presidente do Observatório Social | Foto: José Aldinan/Câmara[/caption]

Os discursos políticos dos vereadores na sessão desta segunda-feira (25) se voltaram contra a pessoa do presidente do Observatório Social de Ponta Grossa, Ney da Nóbrega Ribas, que recentemente foi eleito para assumir o Observatório Social em nível nacional. Tudo por conta de declarações proferidas por Ney em um programa de debate na Rádio T, realizado no último sábado (23), na presença dos vereadores Romualdo Camargo (PSDC), Antônio Aguinel (Rede) e Daniel Milla (PV).

Entre outras coisas, os parlamentares reclamaram das declarações generalizadas por parte do representante do Observatório, dizendo que a função de fiscalizar as ações do Governo Municipal não é desempenhada pela Câmara e que a proposição de indicações não seria atribuição dos vereadores.

[caption id="attachment_17230" align="alignleft" width="425"]Cenoura Observatório Paulo Cenoura, durante o discurso na Tribuna da Câmara nesta segunda-feira | Foto: José Aldinan/Câmara[/caption]

Não aceita

O primeiro a sair contra Ney foi Valdenor Paulo do Nascimento (PSC), o Cenoura, que da Tribuna da Casa lamentou as declarações. "Não posso aceitar ouvir uma pessoa atentar contra essa Casa de Leis. Não pode alguém ir à imprensa e dizer coisas que não são verdades contra os vereadores", declarou Cenoura.

Milla, que esteve no debate, salientou que não é verdade que os vereadores não fiscalizam o Executivo e nem que não é prerrogativa dos parlamentares apresentar indicações de obras e melhorias à Prefeitura. "É errado generalizar. Nós temos várias CPIs com resultado efetivo. Também levamos muitas carências da população ao Executivo através das indicações", argumentou.

Ação na Justiça

O presidente da Câmara, Sebastião Mainardes Junior (DEM), foi mais longe. Segundo ele, a gravação do debate será requisitada e o Departamento Jurídico irá avaliar possíveis ações no Judiciário contra as declarações de Ney Ribas. "Faz tempo que esse cidadão faz comparativos impróprios com outras câmaras", disse Mainardes, enfatizando que a Câmara de Ponta Grossa tem um dos menores custos por vereador no Estado. Ele lembrou ainda que ao aumentar de 15 para 23 vereadores, cada gabinete passou a contar com três assessores, e não mais quatro, como era até então.

"Que essa manifestação dos vereadores hoje sirva de recado, pois não vamos mais aturar inverdades sobre essa Casa e seus parlamentares", declarou Mainardes, comentando que a crítica é ao presidente do Observatório Social, e não ao trabalho que o órgão realiza. ao acompanhar as ações e o trabalho no Legislativo.

Além de possível ação no judiciário, os vereadores também analisam apresentar uma moção de repúdio às declarações dadas por Ney Ribas. A ideia partiu de Paulo Cenoura e teve o apoio de Daniel Milla. Os vereadores Professor Careca (PR), Pastor Luiz Bertoldo (PRB) e Jorge da Farmácia (PDT) foram outros que discursaram contra Ney Ribas.

[caption id="attachment_4377" align="alignleft" width="409"]Ney da Nóbrega Ney da Nóbrega reforça que os vereadores devem satisfação à população e estão sujeitos a críticas | Foto: Arquivo[/caption]

Outro lado

Procurado para comentar as críticas dos vereadores, Ney Ribas disse desconhecer o conteúdo das declarações. Entretanto, frisou que é uma garantia constitucional a liberdade de expressão. Ele considera que suas declarações não representam ofensas ao vereadores, apenas retratam os números levantados pelo Observatório. "Não disse nada demais. Só relatei o que mostram os números e opinião cada um tem o direito de ter a sua", ponderou Ney, ressaltando que "os vereadores são funcionários da população e estão sujeitos a críticas".