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Política 25/01/2016

PDT defende Dilma contra impeachment e deixa Pauliki em 'maus lençóis' dentro do partido

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[caption id="attachment_16008" align="alignright" width="465"]Dilma Dilma Rousseff participou do evento do PDT, na sexta-feira (22), ao lado do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, e obteve total apoio dos pedetistas na luta contra o impeachment | Foto: G1[/caption]

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) anunciou na última sexta-feira (22), em Brasília, que é contra o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional. Na presença de Dilma, o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, declarou que o partido não vê provas suficientes de que ela tenha praticado qualquer tipo de crime e alertou que se algum filiado ao PDT adotar um posicionamento diferente sofrerá sanções, através dos conselhos de ética da sigla, nacional e nos estados e municípios.

Situação esta que deixa o deputado estadual Marcio Pauliki (PDT) em 'maus lençóis' dentro do partido. Isso porque, através das redes sociais, o pedetista alegou ser favorável à instalação do processo de impeachment e, inclusive, defendeu o afastamento de Dilma do cargo enquanto o processo estiver em curso no Congresso.

A favor do processo

"Sou a favor de que o processo de impeachment da Presidente Dilma ocorra da forma mais rápida e justa possível para que a nossa economia volte a crescer, gerar empregos e renda. O debate sobre o impeachment está corroendo o Brasil há meses e o País está parado por esta hipótese que traz insegurança geral. Sou contra qualquer impunidade, mas um processo de impeachment não pode acontecer através de manobras políticas. Neste momento, defendo o afastamento não somente da Presidente da República quanto do Presidente do Congresso Nacional pois nosso país precisa voltar a crescer. Minha posição, mais uma vez é de independência. Sigo agindo de acordo com as minhas convicções e com aquilo que aprendi com a minha experiência administrativa", escreveu o parlamentar no Facebook, ao tratar do tema.

Insatisfeito com decisão

Após saber do posicionamento do partido, em nível nacional, e ser questionado por um seguidor, Pauliki voltou a abordar o tema em sua página e demonstrou estar insatisfeito com a direção nacional por adotar a defesa do arquivamento do processo de impeachment.

"O dia em que eu concordar com tudo o que meu partido prega estarei sendo hipócrita ou acomodado. Concordo com muitas diretrizes do PDT, principalmente na área da educação integral e na forma como pensa o trabalhismo e por isso me sinto identificado com ele. Mas nesta questão do impeachment, minha independência política e acima de tudo minhas convicções empresariais me dão a segurança em dizer que discordo com a executiva nacional do PDT em defender o arquivamento do processo de impeachment. Já disse em alto e bom som na tribuna da Alep que sou a favor que o processo aconteça, e de forma clara, democrática e acima de tudo rápida pois a economia precisa girar e os empregos voltarem a crescer pois se ficar nessa 'lenga lenga' o Brasil é quem vive nele vai afundar de uma vez! Outra coisa: não caiam nessa lorota de esquerda e direita. PT e PSDB são farinha do mesmo saco! [sic]", escreveu o deputado no Facebook.

Enquadrado

Agora, a se considerar as declarações de Carlos Lupi, sobre sanções aos correligionários que não seguirem a determinação de apoio a Dilma, Pauliki deverá ser enquadrado pela direção estadual da legenda, que tem à frente o ex-senador Osmar Dias. Pauliki é o presidente municipal e coordenador regional do partido, ocupando também cadeira no diretório estadual e nacional do PDT. Ele apoiou a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014.

Segundo Lupi, os pedetistas que não seguirem a decisão do diretório nacional estarão sujeitos a medidas previstas no estatuto do PDT.

Ciro Gomes pré-candidato

No mesmo ato em que o PDT declarou apoio a Dilma, também fez o lançamento do nome de Ciro Gomes para a Presidência da República em 2018. A partir de agora ele passa a ser o pré-candidato do PDT para a sucessão de Dilma. O partido se manifestou ainda pelo afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que enfrenta processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa.